Pelo menos 16 presos morreram em um motim na prisão de Sabaneta, no estado venezuelano de Zulia, em confrontos entre diferentes grupos de detentos, informou nesta terça-feira a ministra para o Serviço Penitenciário da Venezuela, Iris Valera.
"Ali morreram 15 pessoas. Há outra pessoa que também morreu, mas em outra área não envolvida na guerra interna que havia aí nesse momento, mas também produto da violência", explicou Iris a jornalistas em um ato de seu ministério no sul do país transmitido pela televisão estatal.
Segundo a imprensa local, a troca de tiros começou às 18h locais da segunda-feira (19h30 de Brasília), entre vários líderes de facções que tentavam tomar o controle do presídio.
No entanto, a ministra disse que os presos não tinham intenção de lutar pelo controle da prisão e que, "de todas as maneiras", o Ministério Público se encarregará de fazer uma investigação.
A ministra declarou ainda que nas próximas horas viajará ao estado Zulia, fronteiriço com a Colômbia, para anunciar ali a todo o país "a decisão que há de tomar-se em relação a esses fatos de violência interna".
Segundo a imprensa local, a área próxima à prisão se encontra sob custódia da Polícia e da Guarda Nacional Bolivariana, e os acessos ao recinto foram fechados e assim como as visitas foram suspensas.
O sistema penitenciário venezuelano se arrasta em uma crise crônica pela entrada de armas e entorpecentes nas prisões e as taxas mais altas de assassinatos e delitos da América Latina, um problema que o falecido presidente Hugo Chávez chegou a tachar de "câncer".
Segundo a ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVP), nos primeiros seis meses do ano 289 detentos morreram nas prisões do país, que abrigam 52.933 prisioneiros, apesar de contar com capacidade para apenas 16.539.