Ao menos 70 presos morreram após motins estourarem em três presídios do Equador nesta terça-feira, 23, informou a polícia. O anúncio foi feito no Twitter oficial da instituição.
"Face aos acontecimentos que ocorreram hoje nos Centros de Reabilitação Social de Guayas, Azuay e Cotopaxi, a Polícia do Equador está administrando o controle nos locais. No momento, a Criminalística reporta mais de 50 PPL (pessoas privadas de liberdade) falecidas ", diz o comunicado publicado na rede social.
A violência atingiu as prisões do porto de Guayaquil e das cidades andinas de Cuenca e Latacunga. A polícia não especificou se a ordem já foi restabelecida.
De acordo com o jornal equatoriano El Universo, o primeiro motim foi registrado em Guayaquil. Criminosos da organização Los Choneros teriam liderado o movimento. Ao menos dois policiais estariam entre os feridos. Em Cuenca, familiares disseram que presidiários atacaram um pavilhão onde ao menos 50 pessoas estavam detidas.
O Ministério Público informou que 38 internos foram mortos no pavilhão de segurança máxima do Centro de Reabilitação Social de Cuenca.
Mais cedo, um funcionário do Serviço de Atenção à Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) havia relatado à agência Efe que várias pessoas tiveram ferimentos leves e algumas foram transferidas para hospitais e "estão estáveis".
O Ministro de Governo, Patricio Pazmiño, afirmou no Twitter que "ante a ação coordenada de organizações criminosas para gerar violência nas prisões do país, estamos administrando ações do Posto de Comando Unificado junto com o comando policial para retomar o controle".
O presidente equatoriano, Lenín Moreno, se manifestou sobre o caso no Twitter e em seu programa Diante do Presidente. No Twitter, Moreno atribuiu os motins a "organizações criminosas" que atacam simultaneamente. No programa, o presidente afirmou ter autorizado "o uso progressivo da força para garantir a segurança dos cidadãos que se encontram em estado de reclusão".
"Em um recinto penitenciário já foi controlada essa atividade sincronizada dessa luta mafiosa organizada", disse o presidente, afirmando que situações semelhantes acontecem "com pouca frequência, mas sempre causam inquietação social e preocupação do Executivo e da Polícia".
O sistema prisional equatoriano abriga cerca de 38 mil pessoas e tem 1.500 guardas.
Em dezembro, vários distúrbios nas prisões equatorianas, atribuídos a disputas de poder entre organizações criminosas, deixaram onze presos mortos e sete feridos.
Para retomar o controle sobre as prisões, o governo decretou um estado de exceção para as penitenciárias. De janeiro até esta terça-feira, a Polícia havia registrado três mortes em confrontos entre presidiários.
O SNAI reconheceu a falta de agentes, o que "impede ações de resposta imediata" diante das revoltas dos presos. E acrescentou que na segunda-feira, 22, foi realizada uma busca na cadeia ed Guayaquil, presumindo "que esses eventos (os distúrbios) são um sinal de resistência e rejeição dos internos, diante dessas ações de controle".
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