Mais de 100 mil de pessoas saíram às ruas de Teerã nesta segunda para protestar contra a vitória do atual presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, nas eleições de sexta-feira. Todos desafiavam uma proibição do Ministério do Interior. O candidato derrotado Mir Hossein Mousavi esteve no protesto, em sua primeira aparição pública desde o resultado eleitoral. Apesar da proibição, as forças de segurança não tomaram nenhuma atitude contra os manifestantes.
No entanto, horas depois tiros foram ouvidos e houve correria entre os manifestantes. Não há informações sobre o autor dos disparos nem se há vítimas. Há relatos sobre protestos em outras cidades. Porém, como os jornalistas estão em sua maioria impedidos de trabalhar fora de Teerã, é difícil se fazer uma confirmação independente sobre as versões.
Mousavi apresentou uma queixa formal perante o Conselho dos Guardiães na qual requisitou a anulação do resultado das eleições presidenciais da última sexta-feira porque teria havido compra de votos. Já o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei inicialmente elogiou os resultados eleitorais, mas depois ordenou a abertura de uma investigação das denúncias, informou nesta segunda a televisão estatal da república islâmica.
O Conselho de Guardiães é formado por 12 membros, entre clérigos e especialistas em lei islâmica, bastante próximos de Khamenei. A entidade tem autoridade para certificar o resultado e poderia mesmo anular a eleição, mas isso seria algo sem precedentes no país. Em 2005, houve reclamações sobre irregularidades, quando Ahmadinejad venceu pela primeira vez, no entanto, não houve nenhum relato oficial sobre investigações.
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