O Movimento Cinco Estrelas divulgou nesta terça-feira (16) o nome que escolheu para lançar como candidato à presidência da Itália, após uma votação online entre seus membros. A escolhida foi a apresentadora e repórter investigativa Milena Gabanelli. "Quando as pessoas escolhem você para um cargo tão importante, você só pode ficar honrada porque é muito gratificante", disse Milena à agência de notícias Ansa. O programa de televisão da jornalista na RAI destaca casos de possível corrupção e desperdício do dinheiro público.
Milena, no entanto, não disse se vai aceitar ser a candidata do partido do ex-comediante Beppe Grilo. Ela desbancou outros oito possíveis candidatos na votação, incluindo o ex-premiê italiano Romano Prodi e a ex-comissária europeia Emma Bonino. Em segundo lugar na votação ficou o médico Gino Strada, fundador de uma ONG de serviços médicos emergenciais. O advogado Stefano Rodota ficou em terceiro.
"Milena Gabanelli é extraordinária", disse Beppe Grillo, que retirou o próprio nome da lista de possíveis candidatos. "Eu nunca teria imaginado esse resultado. É uma mensagem extraordinária: uma jornalista que luta contra os abusos de poder." Ele acrescentou que, se Milena recusar a candidatura, o partido vai dar sequência à lista de escolhidos até que um deles aceite.
A eleição do Parlamento para escolher o novo presidente da Itália, prevista para quinta-feira, pode representar uma virada no impasse político provocado pelas eleições gerais de fevereiro no país, que deixaram o Parlamento sem maioria definida. Como a constituição italiana não permite que o atual presidente, Giorgio Napolitano, dissolva o legislativo e convoque novas eleições nos últimos seis meses do seu mandato, seu sucessor vai assumir a tarefa de formar um governo que tenha apoio parlamentar suficiente para sobreviver, ou, em último caso, convocar novas eleições.
O colégio eleitoral composto por parlamentares nacionais e representantes regionais vai se reunir na manhã de quinta-feira. Uma maioria de dois terços é necessária nas primeiras três rodadas de votação. A partir daí, a maioria simples é suficiente o que pode evidenciar a influência do Partido Democrático de centro-esquerda, vencedor das eleições de fevereiro.