Dois grupos afirmaram que irão realizar uma manifestação antigay na Etiópia ainda neste mês. O movimento coloca o país entre aqueles que intensificaram a rejeição a homossexuais na África.
Apesar de a homossexualidade já ser proibida na Etiópia, o protesto marcado para o próximo dia 26 vai acontecer no período em que o parlamento considera tornar a prática homossexual um crime não passível de perdão pelo presidente. Neste ano, mudanças nas legislações da Nigéria e de Uganda elevaram as punições para gays, que foram isolados ou expulsos dos países.
A organização governamental Addis Ababa Youth Forum e pessoas ligadas à Igreja Ortodoxa da Etiópia afirmaram à imprensa que o número de gays no país chegou a um nível "alarmante". "No geral, atos homossexuais são contra a saúde, a lei, a religião e a nossa cultura. Então, devemos quebrar o silêncio e criar consciência sobre isso", afirmou Dereje Negash, líder do grupo religioso.
Por outro lado, o blogueiro e ativista homossexual Ezana Salomon afirmou que a "retórica antigay" tende a aumentar no período que antecede as eleições para o parlamento etíope, marcadas para o próximo ano. Para ele, o movimento contra os gays no país usa a bandeira da proteção às crianças para invadir a privacidade.