Pais de soldados mortos no Iraque pretendem seguir o presidente dos EUA, George W. Bush, onde quer que ele vá dentro do país nos próximos meses, com o objetivo de criar um clima antiguerra nacional.
A ativista Cindy Sheehan, que perdeu o filho no Iraque, acampou junto com outros manifestantes por boa parte do mês de agosto perto do rancho de Bush em Crawford, no Texas, atraindo a atenção internacional para a morte de mais de 1.800 soldados americanos desde o início da guerra, em 2003.
Sue Niederer, de 56 anos, que fundou junto com Sheehan e com outras famílias o movimento "Famílias Estrela Dourada pela Paz", prometeu nesta quarta-feira que vai continuar pressionando o presidente.
- Vamos colar o tempo todo no sr. Bush e fazê-lo entender que não vamos embora. Estamos extremamente convencidos do que estamos fazendo - disse ela, que é dona-de-casa, corretora de imóveis e professora substituta.
Niederer, cujo filho Seth Dvorin, de 24 anos, morreu em Iskandariya, no Iraque, no dia 3 de fevereiro de 2004, disse que ela e seu grupo pretendem viajar para onde quer que Bush vá.
Grupos antiguerra mantiveram a pressão sobre o presidente em Utah e Idaho, onde ele fez discursos. O presidente afirmou que as tropas permanecerão no Iraque até o fim da missão, horando, desse modo, a memória daqueles que morreram na guerra. Tal lógica é questionada por Niederer.
- Você está desonrando os soldados, e não os honrando - disse ela. - Levando em conta os motivos pelos quais entramos nessa guerra, como as mortes deles não foram em vão? - perguntou ela, referindo-se à alegação feita por Bush em 2003 de que o Iraque possuía armas de destruição em massa.
Sheehan, uma californiana que perdeu o filho em combate, transformou-se no centro da campanha antiguerra ao acampar perto do rancho de Bush e exigir um encontro com o presidente. Ela pretende dar discursos em Brunswick, Maine, em setembro e no Brooklyn, em Nova York, em outubro.
Depois que a temporada de Bush em Crawford terminar, no fim de agosto, as família estão pensando em cruzar o país em ônibus para criar um movimento nacional, semelhante ao que surgiu durante a Guerra do Vietnã, e que contribuiu para a retirada americana.
- Este é o Vietnã 2. Como estamos vendo nas pesquisas, o povo americano está começando a entender que essa guerra foi criada em cima de mentiras, ilusões e falsidades - disse Niederer.
Segundo uma pesquisa do USA Today/CNN/Gallup do fim de julho, a maioria dos americanos duvida que os EUA ganhem a guerra e acredita que o governo Bush iludiu deliberadamente o povo na questão das armas de destruição em massa iraquianas, que nunca foram encontradas.
Para especialistas, porém, será difícil criar uma comoção semelhante à da Guerra do Vietnã se não houver uma convocação obrigatória, como havia na época.
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