O regime chavista solicitou ordens de prisão e o congelamento de bens de 11 funcionários do governo interino de Juan Guaidó, líder opositor considerado presidente da Venezuela por mais de 50 países. A ordem, anunciada nesta sexta-feira (3) pelo procurador-geral, Tarek William Saab, é uma retaliação à recente vitória de Guaidó na disputa pelo ouro venezuelano depositado nos cofres do Banco da Inglaterra.
Entre os nomes mais proeminente do gabinete interino que receberam a ordem de prisão estão: Julio Borges, ministro das Relações Exteriores, Carlos Vecchio, embaixador nos EUA, e Vanessa Neumann, embaixadora no Reino Unido. Os membros da junta de representantes do Banco Central da Venezuela designada por Guaidó também foram alvo da ditadura de Nicolás Maduro. (Como a Venezuela tem dois líderes que reivindicam o comando do país, as instituições existem em duplicidade). Todos eles vivem no exterior. Borges e Vecchio, inclusive, já têm outras ordens de captura contra eles.
Todos estão sendo acusados de "traição à pátria", usurpação de funções e associação para delinquir por cooperar com o governo do Reino Unido para que Guaidó conseguisse, após decisão da justiça britânica, o controle do ouro venezuelano que está no Banco da Inglaterra.
O Tribunal Superior do Reino Unido decidiu nesta quinta-feira (3) que a junta do Banco Central da Venezuela designada por Guaidó é a única com legitimidade para movimentar as 31 toneladas de ouro que estão no país, montante equivalente a US$ 1,4 bilhão. O representante do regime chavista disse que vai apelar da sentença.
Logo após a vitória, Guaidó disse que o dinheiro ficará no Reino Unido, pelo menos no curto prazo. "Esta decisão contribui imensamente para proteger os recursos dos venezuelanos das garras da ditadura corrupta, especificamente a reserva de ouro depositada no Banco da Inglaterra", afirmou o governo interino em comunicado. As 31 toneladas de ouro representam 15% das reservas da Venezuela em moeda estrangeira.
Segundo o site de notícias Efecto Cocuyo, ao anunciar as ordens de prisão, Saab disse que a decisão do "rançoso" império britânico não é uma coincidência, mas faz parte de uma estratégia que busca acabar com a institucionalidade democrática da Venezuela para retirar sua riqueza usando o "governo de ficção" liderado por Juan Guaidó.
"Quero enfatizar que, como resultado da sentença conhecida há poucas horas por tentar negar ao governo legítimo da Venezuela seu poder de dispor de ouro, decidimos levar os responsáveis por essa ação criminosa que priva o país de ter recursos para enfrentar a pandemia de Covid-19", disse Saab.
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