O Ministério Público da Guatemala anunciou nesta sexta-feira (8) que as eleições presidenciais vencidas neste ano por Bernardo Arévalo de León são inválidas devido a supostas irregularidades administrativas cometidas pelo Tribunal Supremo Eleitoral.
A promotoria, que Arévalo de León acusou em setembro de tentar um “golpe de Estado” contra ele, informou que as atas eleitorais usadas no pleito “são nulas e sem efeito” porque “não foram autorizadas” inicialmente pelo Tribunal Supremo Eleitoral.
“Os formatos utilizados não foram os aprovados pelo colegiado de magistrados”, afirmou em entrevista coletiva a procuradora Leonor Morales, que considerou que todos os votos para presidente, deputados, prefeitos e deputados do Parlamento Centro-Americano devem ser anulados.
O Ministério Público também apresentou dois pedidos de retirada da imunidade de Arévalo para investigá-lo por supostas lavagem de dinheiro e falsificação de documentos na constituição do seu partido, o Semilla.
Em novembro, o Ministério Público já havia pedido a retirada da imunidade de Arévalo e de sua vice, Karin Herrera, por um suposto caso de dano ao patrimônio de uma universidade estatal em 2022.
O processo eleitoral da Guatemala realizado este ano foi tumultuado por disputas judiciais. Em julho, a Suprema Corte da Guatemala suspendeu a realização do segundo turno, alegando a necessidade de avaliação de denúncias de irregularidades no primeiro turno feitas por nove partidos. Depois, liberou a votação.
Em agosto, após a vitória de Arévalo, o Tribunal Supremo Eleitoral da Guatemala suspendeu temporariamente o Semilla, após um pedido da Procuradoria-Geral do país, que alegou irregularidades na formação da legenda, apontando falsificações nas assinaturas do documento para a abertura do partido.
A respeito da denúncia desta sexta-feira, o Semilla apontou que o MP guatemalteco não tem “qualquer autoridade” para declarar nulas as eleições. (Com Agência EFE)
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