Procurador-geral do Ministério Público Venezuelano, Tarek William Saab, aliado de Maduro| Foto: Miguel Gutiérrez / EFE
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O chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, forte aliado do ditador Nicolás Maduro, acusou a líder opositora María Corina Machado de ter "simulado" a própria prisão visando o "caos" no país.

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Segundo Saab, o que aconteceu no município de Chacao, nesta quinta-feira (9), foi uma “operação psicológica desastrosa” para desencadear atos de violência, antes da posse de Maduro, marcada para esta sexta-feira (10), por volta das 12h (13h no horário de Brasília).

“Hoje foi realizada uma medíocre operação de bandeira falsa, que pela sua própria natureza e qualidade, poderia ser considerada uma simulação de ato punível, ao denunciar falsamente, a partir de uma plataforma que responde a interesses apátridas, que Maria Corina Machado tinha sido interceptada e detida”, diz o comunicado.

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Saab ainda acusou a líder opositora de ser “reincidente” numa espécie de “teatro” para se “vitimizar das alegadas simulações de ataques em 2011 e 2024" perpetradas pelo chavismo.

Nesta quinta-feira, após um ato público contra a farsa eleitoral de Maduro, Machado foi violentamente interceptada por forças da ditadura e detida. Horas depois, foi libertada, após ser obrigada a gravar uma série de vídeos dizendo que "estava bem".

Machado se manifestou ainda nesta quinta-feira, dizendo que estava em um “lugar seguro”.

“Agora estou em um lugar seguro e com mais determinação do que nunca para continuar com vocês [venezuelanos] até o fim”, escreveu ela no X.

Machado afirmou que, quando as forças repressivas do regime a detiveram, uma pessoa foi atingida por um tiro. “Meu coração está com o venezuelano que foi baleado e ferido quando as forças repressivas do regime me detiveram”, disse.

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“Obrigado a todos os cidadãos que foram às ruas para reivindicar nossa vitória (na eleição) de 28 de julho e reivindicá-la”, acrescentou.

Nesta sexta-feira, Maduro se prepara para assumir um novo mandato, contestado por grande parte da comunidade internacional desde as eleições de julho, enquanto o candidato opositor Edmundo González Urrutia, que disse ter saído vitorioso do pleito, também afirmou que tomará posse neste mesmo dia na Venezuela.

Além da ação violenta contra a comitiva da líder opositora, a ONG venezuelana Foro Penal, dedicada à defesa dos direitos humanos no país caribenho, relatou a prisão de pelo menos 19 pessoas durante os protestos.