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O presidente do Chile, Gabriel Boric, fala à imprensa durante o IV Gabinete Binacional Chile-Peru, no palácio presidencial de La Moneda, em Santiago (Chile), no dia 29 de novembro de 2022.
O presidente do Chile, Gabriel Boric| Foto: EFE/Elvis González

O governo do presidente chileno, Gabriel Boric, enfrenta um novo abalo político à medida que o Ministério Público do Chile lança uma investigação sobre 32 fundações suspeitas de receberem subvenções públicas irregulares, no que é agora conhecido como o "Caso dos Convênios".

O procurador nacional chileno, Ángel Valencia, anunciou nesta quinta-feira (3) que as fundações estão sob investigação por supostamente terem recebido financiamento ilegal de governos regionais e secretarias ministeriais regionais.

A investigação concentra-se em transferências de fundos que ocorreram em pelo menos 11 das 16 regiões do país. O procurador Valencia enfatizou que muitas dessas fundações foram estabelecidas recentemente e se beneficiaram de regulamentações menos rigorosas em comparação com a lei anterior.

Embora o valor total dos fundos sob investigação ainda esteja sendo avaliado, estima-se que ele possa chegar, segundo Valencia, a “vários bilhões de pesos”. O procurador deu essa informação logo após uma reunião com seus pares regionais que estão trabalhando no caso.

O "Caso dos Convênios" veio à tona no mês de junho, na região de Antofagasta, que fica ao norte do Chile, quando surgiram alegações de irregularidades em acordos substanciais entre a delegação regional do Ministério da Habitação e a fundação Democracia Viva. Essa fundação possui ligações com militantes do Revolução Democrática, um partido da coalizão governista de Boric, e foi fundada pelo ministro do Desenvolvimento Social, Giorgio Jackson.

O escândalo rapidamente abalou o governo, levando a anúncios de auditorias internas em todo o país para verificar a possibilidade de irregularidades na concessão de subvenções públicas durante as gestões de Boric e também do ex-presidente Sebastián Piñera (2018-2022). Até o momento, quatro funcionários de alto escalão renunciaram, incluindo as ex-subsecretárias de Habitação e Cultura, Tatiana Rojas e Andrea Gutiérrez.

O presidente Gabriel Boric expressou sua firme posição contra “qualquer ato de corrupção”, enfatizando que a função pública é “servir ao povo e ao bem comum”. Enquanto isso, a oposição, incluindo o partido conservador União Democrática Independente (UDI), aumentou a pressão pela renúncia do ministro Giorgio Jackson, que é um amigo próximo do presidente Boric.

A tensão política aumenta à medida que a oposição condiciona seu diálogo com o governo em várias reformas cruciais à saída do ministro. (Com Agência EFE)

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