Embaixador americano no Paraguai disse que Hugo Velázquez ofereceu propina a funcionário público para obstruir investigação| Foto: EFE/Nathalia Aguilar
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O Ministério Público do Paraguai anunciou nesta terça-feira (23) a abertura de um processo criminal contra o vice-presidente do país, Hugo Velázquez, depois que os Estados Unidos o acusaram de participar “de atos de corrupção significativos” e proibiram sua entrada no país.

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A procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñónez, decidiu “investigar os fatos em relação à declaração” do embaixador dos Estados Unidos no país, Marc Ostfield, de que “fatos que poderiam ter relevância criminal” faziam referência a Velázquez, disse o MP paraguaio em um comunicado.

O órgão indicou que os procuradores Liliana Alcaraz e Osmar Legal, da Unidade Especializada de Crimes Econômicos e Anticorrupção, serão responsáveis ​​pelas acusações.

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Questionado sobre o assunto, Velázquez alegou à Radio Monumental, do Paraguai, que, como o Ministério Público não tem uma denúncia sobre o que lhe é atribuído, “a única maneira de solicitar os registros à embaixada é abrindo um processo”.  “É a possibilidade de saber do que se trata, porque eu não sei do que se trata”, argumentou.

Por sua vez, Liliana Alcaraz disse à mesma emissora que, como não houve denúncia sobre um suposto suborno envolvendo o vice-presidente, a investigação tem como ponto de partida as declarações de Ostfield.

No último dia 12, os Estados Unidos acusaram Velázquez e o agora ex-assessor jurídico da Usina Hidrelétrica de Yacyretá (EBY), Juan Carlos Duarte, de participação em “atos significativos de corrupção”, entre eles o oferecimento de propina e a ingerência nos processos públicos.

Marc Ostfield afirmou durante entrevista coletiva em Assunção que Duarte, a pedido do vice-presidente Velázquez, “ofereceu um suborno de mais de US$ 1 milhão” a um funcionário público, com a suposta intenção de “obstruir uma investigação que ameaçava o vice-presidente e seus interesses financeiros”.

Logo após o anúncio do Departamento de Estado, Sandra Quiñónez ordenou uma “análise técnico-jurídica” da declaração para determinar se havia “fatos com relevância criminal” e se uma investigação era apropriada.

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Velázquez, que inicialmente disse estar disposto a deixar o cargo, desistiu na última quinta-feira de formalizar sua renúncia e alegou que pediria “às agências correspondentes” provas das acusações.

Em comunicado divulgado naquele dia, Velázquez disse ter recebido a confirmação de que o Ministério Público não tem um processo aberto contra ele. No entanto, retirou sua pré-candidatura à presidência do país pelo governista Partido Colorado, sendo substituído pelo agora ex-ministro de Obras Públicas e Comunicações Arnoldo Wiens.

Questionado sobre a situação de seu segundo no comando, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, declarou no último domingo em entrevista à emissora Telefuturo “que o correto é renunciar”, mas disse que “respeita absolutamente” a decisão de Velázquez.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]