O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, acompanhado de sua esposa, Begoña Gómez| Foto: EFE/ Miguel Ángel Molina
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O Ministério Público de Madri solicitou nesta quinta-feira (25) o arquivamento da investigação aberta contra Begoña Gómez, esposa do presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, por tráfico de influência e corrupção nos negócios.

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A denúncia foi feita pela organização conservadora Mãos Limpas, no último dia 16, que apresentou o caso perante um tribunal de Madri. A abertura da investigação levou Sánchez a cancelar sua agenda até a próxima segunda-feira (29) para refletir se continuará ou não à frente do Executivo espanhol.

Segundo fontes internas, o Ministério Público recorreu diretamente perante a Audiência Provincial de Madri da decisão do tribunal que admitiu para trâmite a denúncia do Mãos Limpas e solicitou a revogação e arquivamento do processo. O MP argumenta que não há provas de crime que justifique a abertura de um processo penal contra a esposa de Sánchez, disseram à Agência EFE fontes familiarizadas com o caso.

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O documento apresentado pela organização conservadora aponta que, aproveitando de sua posição, Begoña Gómez teria recomendado ou endossado com a sua assinatura empresários que concorrem a licitações públicas. Um dos vencedores de uma licitação no valor de 10 milhões de euros organizou posteriormente um mestrado dirigido por Begoña Gómez no Africa Center, do centro de estudos Instituto de Empresa.

Segundo a Mãos Limpas, a companhia aérea espanhola Air Europa “aceitou pagar 40 mil euros por ano ao Africa Center” e “o acordo entre a Globalia (dona da companhia aérea) e o Instituto de Empresa previa a entrega de 15 mil euros por ano em voos de primeira classe para a acusada e sua equipe”.

Em um comunicado enviado nesta quinta-feira à imprensa, o secretário-geral do Mãos Limpas, Miguel Bernad, afirmou que, ao constatar que o Ministério Público “não agia de ofício”, decidiu apresentar queixa para que um tribunal pudesse “verificar sua veracidade”, alegando que exerceu “um direito e um dever de cidadão”.

Na nota, Bernad classifica a reação de Sánchez como “inaceitável”, por tachá-los de “organização de extrema-direita” e insinuar que fazem parte de “uma campanha da direita contra ele”.

Depois de Sánchez ter comunicado sua decisão aos cidadãos através de uma carta na rede social X, membros do governo e outros líderes socialistas e de esquerda lhe manifestaram apoio. Por sua vez, a oposição conservadora, encabeçada pelo partido Vox, acusou o presidente de vitimismo.

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A situação de Sánchez é mais um elemento de um cenário político complexo na Espanha, a duas semanas das eleições regionais na Catalunha, cuja campanha começa hoje, e antes das eleições europeias de junho.

O Coletivo de Funcionários Públicos Mãos Limpas é uma organização fundada em 1995 por Miguel Bernad que tem apresentado todo o tipo de denúncias contra o que considera corrupção política ou econômica que prejudica o interesse geral.

Berard foi recentemente absolvido pelo Supremo Tribunal depois de ter sido condenado pela Audiência Nacional Espanhola por extorquir bancos e empresas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]