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O Ministério Público do Peru pediu, nesta terça-feira (28), prisão preventiva de 36 meses contra o ex-presidente Pedro Castillo pelos crimes de organização criminosa, conluio e tráfico de influência. Castillo já está preso desde 7 de dezembro, quando foi detido por sua tentativa fracassada de autogolpe. Na ocasião, a Justiça decretou 18 meses de prisão preventiva contra o ex-presidente, enquanto investiga crimes de rebelião e conspiração.
Agora, o Ministério Público pediu três anos de prisão preventiva, alegando que Castillo chefiou, durante seu governo, uma organização dedicada a obter dinheiro em troca de licitações fraudulentas de obras públicas.
O MP também solicitou a prisão preventiva do ex-ministro dos Transportes e Comunicações, Juan Silva Villegas, por supostos crimes de organização criminosa e conluio simples, e do ex-ministro da Habitação, Construção e Saneamento, Geiner Alvarado, por participação em organização criminosa.
A investigação do Ministério Público foi oficializada depois que o Congresso aprovou, em 17 de fevereiro, o relatório final de uma denúncia constitucional contra o ex-presidente, uma etapa prévia necessária. O ex-presidente não tem mais a imunidade que tinha por responder a acusações de irregularidades durante seu mandato como presidente.
A denúncia, apresentada pelo Ministério Público contra o ex-presidente e aprovada pelo Legislativo, recomenda acusar Castillo pela suposta prática de crimes contra a tranquilidade pública, sob a forma de organização criminosa, supostamente agravada por sua condição de dirigente. Ele também é suspeito de crime contra a administração pública, na modalidade de tráfico de influência agravado, bem como de ser cúmplice de crime contra a administração pública na modalidade de conluio.
Suspeitas de irregularidades foram encontradas nas obras da Ponte Tarata II, no departamento de San Martín, no norte do país, e em outros possíveis casos de corrupção relacionados à empresa pública Petroperú e ao Ministério da Habitação.
EUA defendem acordo por antecipação das eleições
O governo dos Estados Unidos manifestou nesta terça-feira esperança de que a presidente do Peru, Dina Boluarte, chegue a um acordo com o Congresso para antecipar as eleições e encerrar a crise desencadeada pela fracassada tentativa de golpe de Castillo.
"Esperamos que a presidente Boluarte e o Congresso possam chegar a um acordo para antecipar as eleições, para que os peruanos possam ter confiança na democracia", disse Brian Nichols, subsecretário do Departamento de Estado para a América Latina.
Nichols, que foi embaixador dos EUA no Peru entre 2014 e 2017, comentou que as sucessivas mudanças de governo nos últimos anos no país andino demonstram "a fragilidade da democracia" peruana e que a tentativa de Castillo foi "claramente inconstitucional".
Por esta razão, afirmou que o governo de Joe Biden está observando os acontecimentos no Peru "de perto" e apoia "os esforços para promover a ordem democrática" no país.
No início de fevereiro, o Congresso peruano falhou em quatro tentativas de antecipar eleições gerais, o que dificulta a realização de eleições neste ano.