O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, divulgou comunicado detalhando acusações contra o gendarme argentino Nahuel Agustín Gallo, preso no país| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do ditador Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira (27) que o gendarme argentino Nahuel Agustín Gallo, preso na semana retrasada no país caribenho, está sendo processado por acusações de planejar “ações terroristas” em território venezuelano.

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Em comunicado divulgado no Instagram, Saab afirmou que Gallo foi detido “por ter tentado entrar irregularmente na República Bolivariana da Venezuela, ocultando seu verdadeiro plano criminoso sob o disfarce de uma visita sentimental” – numa referência à informação do governo da Argentina de que o gendarme viajou à Venezuela para visitar a namorada.

“Neste sentido, o referido cidadão está sujeito à respectiva investigação pela sua ligação com um grupo de pessoas que tentou a partir do nosso território e com o apoio de grupos internacionais de extrema direita levar a cabo uma série de ações desestabilizadoras e terroristas”, alegou o procurador.

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Saab também fez referência a uma decisão de segunda-feira (23) da Justiça Federal de Mendoza, na Argentina, que determinou que seja enviada uma notificação por via diplomática à Venezuela para que preste informações sobre a situação de Gallo e que seja aberta uma ação criminal na Argentina sobre o assunto por desaparecimento forçado.

“As declarações e ações do governo argentino, valendo-se dos familiares dos acusados, bem como a resolução judicial tomada pelo Tribunal Federal de Mendoza, deixam clara a cumplicidade das autoridades daquela nação nos planos subversivos que buscam atacar por qualquer meio o Estado venezuelano e suas instituições legítimas”, acrescentou Saab.

Na quinta-feira (26), o governo da Argentina apresentou uma denúncia à Justiça contra o embaixador do país na Venezuela durante a gestão Alberto Fernández (2019-2023), Oscar Laborde, por acusação de “traição à pátria”.

O Ministério da Segurança Nacional afirmou que Laborde realizou sem autorização negociações junto à ditadura da Venezuela relativas à prisão de Gallo e que o ex-embaixador busca colaborar com o regime de Maduro, ao “sustentar a justificativa” do chavismo para a detenção do gendarme.

Nesta sexta-feira, segundo o jornal Clarín, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, se encontrou com familiares de Gallo na Argentina.

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Pouco depois, em entrevista coletiva, ela e o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Gerardo Werthein, criticaram Saab.

“A Argentina está fazendo todos os esforços para pôr fim a isso, que é uma grande mentira, uma grande falácia, de um jovem membro da família que trabalha na Gendarmaria, e tudo o mais é uma fabricação horrível”, declarou, segundo informações da agência EFE.