Dezenas de milhares de muçulmanos realizaram um protesto na principal cidade da Caxemira indiana, nesta segunda-feira (18). O grupo se reuniu perto do escritório das Nações Unidas, pedindo a separação do território da Índia e a intervenção do organismo internacional.
Centenas de caminhões e ônibus lotados com manifestantes - alguns deles viajando nos tetos ou para fora das janelas - seguiram até Srinagar para o evento. Alguns afastaram pedaços de arame farpado previamente colocados por autoridades e entoaram gritos como "Abaixo a Índia!".
Milhares de policiais e paramilitares estavam próximos do local, porém não houve confrontos.
Masarat Aalam, um importante separatista, disse que os líderes do protesto enviarão uma petição para o escritório da ONU citando violações aos direitos humanos por autoridades indianas e pedindo intervenção da organização.
"Essa é uma marcha pela nossa liberdade", afirmou Sajid Maqbool, enquanto milhares gritavam o nome do Lashkar-e-Tayyaba, um dos mais violentos grupos militantes islâmicos que combatem para separar a região predominantemente muçulmana da Índia, de maioria hindu.
A atual crise começou em junho, com uma disputa por terras próximas de um templo hindu. O governo tem um plano de transferir 40 hectares de terra para um truste hindu, que construiria instalações para fiéis perto do edifício. Os muçulmanos acusam esse projeto de buscar alterar a composição religiosa na região.
O impasse intensificou os sentimentos anti-Índia na Caxemira. Nos últimos dois meses, pelo menos 34 pessoas foram mortas na parte da Caxemira administrada pela Índia. O país acusa o Paquistão, que administra outra parte da área, de auxiliar os insurgentes, o que Islamabad nega. Os separatistas buscam se separar da Índia e se unir ao Paquistão, de maioria muçulmana.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”