Beirute O mais destacado clérigo islâmico do Líbano condenou ontem recentes declarações do Papa Bento XVI sobre a guerra santa muçulmana e exigiu que o Pontífice desculpe-se pessoalmente por ter insultado o Islã. Protestos de fiéis ocorreram em todo o mundo islâmico durante as tradicionais orações da sexta-feira.
"Pedimos ao papa que faça uma leitura científica e profunda do Islã. Não queremos que ele sucumba à propaganda inimiga", prosseguiu o grão-aiatolá.
As declarações foram feitas por Bento XVI na terça-feira, na Alemanha. Falando sobre guerra santa, o Papa citou Manuel II, imperador bizantino do século 14. "Mostre-me tudo o que Maomé trouxe de novidade e encontrarás apenas coisas más e desumanas, como sua ordem de disseminar pela espada a fé que ele pregava."
Sem concordar nem repudiar explicitamente o trecho mencionado, o Papa alegou que apenas citava palavras que não eram suas e acrescentou que a violência é "incompatível com a natureza de Deus e da alma".
O Vaticano, ontem movimentado pela troca de ocupantes de postos importantes, afirmou que o Papa não quis ser ofensivo.
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