O mundo enfrenta uma crise sem precedentes devido à mudança climática, cujos efeitos devastadores podem causar 100 milhões de deslocados na Ásia, disse nesta quarta-feira, em Madri, o ex-presidente da Costa Rica José María Figueres.

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- Nunca antes enfrentamos uma crise como a que temos agora - disse Figueres em uma conferência no II Fórum Internacional de Comunicação, que desta vez se concentrou nos riscos e oportunidades de se comunicar na sociedade global.

Figueres comentou a mudança climática ocasionada pela emissão na atmosfera de 70 milhões de toneladas de CO2 a cada 24 horas, e disse que é preciso fazer algo quanto a isso. Segundo ele, a mudança climática já está acontecendo, depois que, nos últimos 14 anos, foram registrados os 10 anos mais quentes da história da humanidade.

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A explosão da população mundial, que supera os 6,4 bilhões de pessoas, e a revolução científica e tecnológica estão no centro desta situação, com EUA, Rússia, UE e Japão como os mais poluentes por habitante, disse.

Neste contexto, o ex-presidente costarriquenho advertiu que a China pode superar os EUA quanto à poluição por habitante nos próximos 10 anos.

Figueres, que foi diretor do Fórum Econômico Mundial (2000-2003), ocupa atualmente o cargo de diretor delegado do Grupo Felipe IV, cujo objetivo é apoiar organizações que "promovam valores democráticos e desenvolvimento".

Em sua apresentação, Figueres disse que 53% da tundra ártica desaparecerá, haverá tempestades devastadoras - especialmente na Ásia - e uma "crise em massa de extinção" de espécies. Manifestou também que, diante dessa situação, "há uma janela de oportunidades" para mudar a tendência nos próximos anos.

Sobre o Protocolo de Kioto - sobre a redução de emissões de CO2 -, disse que "estamos maduros para uma segunda geração" ou edição de Kioto, que permita a entrada dos EUA e de outros países que não assinaram o acordo.

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