O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, assinou nesta terça-feira (12) um acordo com o líder de uma facção da oposição, Arthur Mutambara, para formar uma coalizão. Na prática, o pacto exclui o principal rival de Mugabe, Morgan Tsvangirai, segundo uma fonte governista.
Essa fonte do partido Zanu-PF, de Mugabe, confirmou que o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), de Tsvangirai, não assinou o acordo, e o presidente do Zimbábue vai formar um governo de unidade e convocar o Parlamento na semana que vem.
"Nós e [a dissidência do] MDC dirigido por Mutambara assinamos um tratado. Tsvangirai não assinou porque basicamente está tentando nos fazer recuar, renegociar questões que já foram definidas," disse o dirigente partidário governista à Reuters, sem esclarecer se o novo governo de unidade nacional incluirá membros do MDC de Tsvangirai.
O Zimbábue vive um impasse político desde a eleição de junho, boicotada pela oposição. Embora tenha apenas dez deputados, a facção de Mutambara pode dar maioria a Mugabe, que pela primeira vez desde a independência do país, em 1980, havia perdido o controle do Parlamento.
O dirigente do Zanu-PF não descartou a manutenção das negociações com Tsvangirai, mas disse que o governo não ficaria "refém" dele.
Antes do anúncio, o secretário-geral do MDC, Tendai Biti, havia dito que os envolvidos haviam dado "um tempo" nas negociações, mas que as divergências ainda poderiam ser superadas. Tsvangirai insistia em que Mugabe abrisse mão do Poder Executivo, permanecendo como chefe de Estado.