O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, é um "ditador louco" que perdeu a noção da realidade, disse um especialista em direitos humanos da Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira.
A única maneira de tirar Mugabe do poder é fazer com que a Europa convença "sua grande protetora, a África do Sul" a retirar o apoio a ele, disse Jean Ziegler, do Conselho de Direitos Humanos da ONU, à rádio Suíça.
Segundo Ziegler, Mugabe "é um ex-herói da libertação que perdeu toda a noção da realidade... e se tornou um ditador maluco". E acrescentou: "o horror no Zimbábue hoje é absolutamente intolerável".
Os comentários do sociólogo suíço, que tem pouca simpatia pelos países ocidentais mais críticos a Mugabe, refletiram o desespero em relação ao Zimbábue no Conselho.
Quatro outros especialistas em direitos humanos da ONU disseram que o Zimbábue não pode controlar a epidemia de cólera que matou mais de 1.100 pessoas.
Os quatro - que fazem relatórios ao Conselho sobre alimentação, saúde, água potável e a situação dos defensores dos direitos humanos - disseram que "as violações dos direitos civis e políticos" empreendidas por Mugabe tornaram difícil uma resposta conjunta à crise.
Mas os comentários de Ziegler, que há muito tempo se associa a causas de esquerda e em prol do desenvolvimento, foram vistas como sinal de decepção generalizada com o Zimbábue.
Enquanto a maioria dos governos africanos pressionam pela formação de um governo conjunto entre o partido de Mugabe, o ZANU-PF, e o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), de oposição, Ziegler diz que o poder devia ir para o MDC.
"Afinal, eles ganharam a eleição", disse, referindo-se à votação feita neste ano. O líder oposicionista Morgan Tsvangirai venceu o primeiro turno, mas retirou-se do segundo devido a uma onda de violência contra seus seguidores.
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