O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, destinou os principais ministérios do país para seu partido, desafiando um acordo de divisão de poder assumido com a oposição. O Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês), que representa a oposição, classificou a ação de "unilateral, insolente e exorbitante".
O jornal estatal Herald publicou neste sábado (11) a lista do Diário Oficial concedendo ao partido de Mugabe, o Zanu-PF, 14 ministérios, incluindo as pastas da Defesa, Interior, Relações Exteriores, Justiça, Mídia, Minas e Terras. Esta distribuição favorece a manutenção do controle de poder nas mãos de Mugabe.
O porta-voz da oposição, Nelson Chamisa, disse que foi "um ataque ao estilo de uma emboscada na calada da noite", significando que o proposto governo de união nacional está em risco. O partido de oposição, que venceu o primeiro turno das eleições presidenciais e obteve uma pequena maioria no Parlamento no início do ano, ficaria apenas com ministérios de menor influência, segundo a lista do Diário Oficial. Chamisa disse que soube da divisão dos ministérios pelo jornal e que seu partido não foi informado previamente.
A lista foi publicada logo após Mugabe e o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, terem concordado chamar Thabo Mbeki para intermediar as negociações sobre a divisão dos postos. O jornal Herald disse que nenhum ministro será empossado até a chegada de Mbeki à capital Harare. Mas publicou que o papel do ex-presidente da África do Sul seria apenas de assistir à alocação do remanescente Ministério das Finanças, já que todos os demais ministérios estavam definidos. O Herald informou ainda que Mugabe provisoriamente fez reserva do Ministério das Finanças para seu partido. As informações são da Associated Press.
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