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O ex-guerrilheiro José Mujica enfrentará o ex-presidente da oposição Luis Alberto Lacalle em um segundo turno eleitoral acirrado em novembro, buscando manter a esquerda no poder uruguaio.

Uma avançada contagem oficial das eleições gerais de domingo confirmaram nesta segunda-feira uma divisão quase igual dos votos entre o partido governante Frente Amplio, de um lado, e os partidos tradicionais Nacional e Colorado, no outro.

O resultado confirmou a divisão do país de 3,3 milhões de habitantes entre uma esquerda que se mostrou moderada em sua primeira gestão e a centro-direita tradicional.

Lacalle, Mujica e Pedro Bordaberry, candidato presidencial colorado, reconheceram o resultado e começaram nesta segunda-feira com os preparativos para votação final em 29 de novembro.

Bordaberry, que se reunia na segunda-feira com Lacalle, disse que convocará para quarta-feira o Comitê Central de seu partido para tomar uma posição para novembro, mas anunciou seu voto a favor do candidato branco.

O desfecho não preocupou os mercados, segundo analistas, logo com uma elogiada gestão do presidente Tabaré Vázquez, um socialista moderado, e de uma mais moderada do mais esquerdista Mujica.

Com 100 por cento dos votos apurados, a Frente tinha 47,49 por cento dos votos válidos, o Partido Nacional, 28,54 por cento e o Colorado com 16,67 por cento, segundo o Tribunal Eleitoral.

O pequeno Partido Independente tinha 2,44 por cento, e a Assembleia Popular com 0,66 por cento.

Com esses resultados da Frente não conseguiria a maioria parlamentar própria, com a qual governou desde 2005.

"A sociedade nos exige um esforço a mais, o que significa participar de um segundo turno", disse Mujica na noite de domingo, aos 74 anos, e pediu aos eleitores que continuem a luta por mais 30 dias.

"Vamos rumo à vitória!", insistiu o ex-guerrilheiro frente a milhares de partidários que agitavam bandeiras na frente do hotel onde Mujica acompanhava os resultados.

Por sua parte, Lacalle, de 68 anos, declarou que o povo "está seriamente pensando em quem terá a capacidade de conduzir o país desde o Poder Executivo".

O segundo turno "vai ser muito apertado ... muito disputado e estará sujeito ao desempenho das duas legendas nos dias da campanha que restam", disse à Reuters o cientista político Gustavo de Armas.

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