Ex-guerrilheiro, o atual presidente do Uruguai, José Mujica, disse estar disposto a mediar as negociações de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do presidente colombiano Juan Manuel Santos.

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Mujica, que militou em atividades do Movimento de Liberação Nacional-Tupamaros nas décadas de 1960 e 1970, ofereceu apoio ao presidente colombiano Juan Manuel Santos durante um encontro em Nova York, onde ambos participarão da Assembleia Geral da ONU.

"Este não é um problema apenas da Colômbia, mas de toda a América Latina, e chegou a hora de ajudar a superar este conflito", afirmou Mujica.

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Segundo o presidente uruguaio, há "uma atmosfera de apoio e compreensão (em relação à Colômbia) que nunca tinha existido". Ele afirmou que o país está "com as portas abertas" para ser uma possível sede de diálogo entre o governo e a guerrilha colombiana.

"Não teríamos nenhum problema de custo político se isso fosse necessário", disse Mujica. Mujica e Santos fizeram um apelo às guerrilhas colombianas para selar a paz e colocar um fim a um conflito que já dura 50 anos.

"É o conflito mais longo da região e é hora de resolvê-lo", afirmou Santos após a reunião com Mujica. "O tempo está acabando. Estamos negociando (com as Farc) há um ano e a paciência do povo colombiano e do mundo está se esgotando".

As conversas entre o governo de Santos e as Farc foram iniciadas em outubro do ano passado em Havana, num clima cercado de expectativas e otimismo. As negociações preveem a discussão de cinco pontos principais: desenvolvimento agrário, participação política, fim do conflito, drogas ilícitas e reparação às vítimas.

A previsão era que as rodadas de conversas terminassem ainda este ano. Mas, na prática, os negociadores ainda nem concluíram a discussão do segundo ponto. Até agora, houve consenso apenas no primeiro tópico, o acesso a terras, embora o governo economize na divulgação dos detalhes do acordo.

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A demora nas negociações, apesar de esperada considerando a complexidade do tema, pode comprometer os planos de reeleição do presidente Juan Manuel Santos. Na berlinda pelo processo de paz, ele amarga sua pior taxa de aprovação em todo seu governo (21%), uma forte oposição de agricultores e a pressão de ter que anunciar, até novembro, se vai se candidatar a um novo governo nas eleições de maio do ano que vem.