Uma mulher-bomba atacou o sul da região russa do Daguestão, nesse sábado (25) ferindo pelo menos 18 pessoas, incluindo duas crianças e cinco policiais. Segundo a polícia, duas pessoas estão em estado grave. A mulher foi identificada como uma viúva de dois radicais islâmicos mortos por forças de segurança do país. Esse foi o primeiro atentado suicida no Daguestão desde os ataques na Maratona de Boston no mês passado.
Os irmãos Tsarnaev, suspeitos de realizar o ataque em Boston, são chechenos étnicos que viviam na turbulenta província do Cáucaso, antes de se mudarem para os Estados Unidos. Tamerlan Tsarnaev, o irmão mais velho, morto em um tiroteio com a policia dias depois do atentado, passou seis meses no Daguestão em 2012. O Daguestão é o centro da violência dos confronto entre islâmicos radicais e forças federais. Os extremistas islâmicos se esforçam para criar um estado muçulmano independente no região do Cáucaso e em partes da sul da Rússia.
No ataque de sábado, o mulher-bomba detonou um cinto carregado de explosivos na praça central de Makhachkala, capital da província, segundo informações do porta-voz da polícia do Daguestão, Vyacheslav Gasanov. Madina Alieva, de 25 anos, era casada com um islâmico morto em 2009. A mulher teria se casado novamente com outro radical islâmico, que também foi baleado no ano passado.
Desde 2000, ao menos 20 mulheres, a maioria delas do Cáucaso, realizaram atentados suicidas em cidades russas ou, então, a bordo de trens e aviões. Todas tinham ligação com a insurgência islâmica que se espalhou por todo Daguestão e pela região predominantemente muçulmana do Cáucaso, após duas guerras separatistas na vizinha Chechênia. Essas mulheres são frequentemente chamadas de "viúvas negras" na Rússia porque muitas delas são viúvas ou familiares de militantes mortos em conflito com as forças federais. Elas são geralmente convencidas de que um ataque suicida irá reuni-las aos mortos.
Ainda nesta semana, uma dupla explosão na cidade de Makhachkala matou quatro civis e deixou 44 feridos, enquanto três oficiais de segurança e três supostos militantes também foram mortos em outros incidentes. Um dos explosivos estava em um carro estacionado e o outro foi colocado em uma lixeira. As informações são da Associated Press.