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Uma mulher-bomba detonou hoje o colete que vestia, carregado de explosivos, em um centro de distribuição de ajuda humanitária no noroeste do Paquistão, deixando pelo menos 41 pessoas mortas e ferindo outras dezenas que aguardavam para receber vales-refeição.

Aparentemente, é o primeiro ataque suicida feito por uma mulher no Paquistão e uma demonstração da resistência dos grupos militantes do cinturão tribal do país, apesar da operação militar contra eles que está em andamento. O centro de distribuição fica na cidade de Khar, na região de Bajur, próximo à fronteira do Afeganistão, onde as forças militares já declararam vitória duas vezes contra militantes do Taleban e da Al-Qaeda.

Hoje, autoridades locais da região tribal de Mohmand, ao lado de Bajur e também próximo à fronteira com o Afeganistão, disseram que pelo menos 40 militantes foram mortos após helicópteros equipados com metralhadoras atingirem os esconderijos dos militantes durante um segundo dia de intensos combates contra militantes islâmicos.

O conflito começou ontem, quando cerca de 150 militantes atacaram cinco postos de segurança em Mohmand, em uma operação ampla e coordenada, o que não é usual. Uma longa batalha se seguiu ao ataque, deixando 24 rebeldes e 11 soldados das forças paquistanesas mortos.

A mulher, vestindo a tradicional burca, primeiro deixou duas granadas no meio da multidão que aguardava em um posto de checagem do lado de fora do centro de distribuição e depois detonou os explosivos de seu colete. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo atentado.

As vítimas vinham de várias partes da região tribal de Bajur, que diariamente vão ao centro para coletar vales-refeição distribuídos pelo Programa de Alimentos Mundial e por outras agências para as pessoas que vivem em regiões de conflito. Essas pessoas foram deslocadas de suas residências por causa do início de uma série de ofensivas do exército do Paquistão contra os militantes do Taleban na região no início de 2009. Militantes já atacaram locais de ajuda humanitária antes, provavelmente porque são um símbolo do governo e da influência do Ocidente no país.

Bajur está no norte do cinturão tribal semiautônomo do Paquistão na fronteira com o Afeganistão, e tem servido como ponto fundamental de trânsito e esconderijo para militantes da Al-Qaeda e do Taleban. Os militares declararam vitória na região de Bajur uma primeira vez após seis meses de batalhas iniciadas no fim de 2009. Mas uma nova operação foi necessária no fim de janeiro deste ano e um mês depois os militares voltaram a declarar vitória contra os militantes.

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