Sakineh Mohammadi Ashtiani, iraniana condenada à morte no Irã, ao lado do filho Sajjad Ghaderzadeh durante encontro| Foto: REUTERS/Morteza Nikoubazl

A iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, teve autorização neste sábado (1º) para jantar com seu filho, Sajjad Qaderzadeh, e sua filha.

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Sakineh, que está presa, disse que pediu a seu filho que processe os jornalistas alemães presos no Irã por terem-no entrevistado. "Disse a Sajjad que processe aqueles que me desonraram, a mim e ao país", afirmou.

Além dos alemães, ela pediu que sejam processados seu ex-advogado, Mohammad Mostafaie, Mina Ahadi, que dirige uma ONG em Berlum, e o acusado de ser seu cúmplice na morte de seu marido.

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O encontro ocorreu poucas horas depois de Sajjad ter apelado para que ela seja poupada, durante entrevista na cidade de Tabriz.

Ele afirmou que considera a mãe, condenada à morte por apedrejamento, e seu cúmplice Issa Taheri, responsáveis pela morte de seu pai, mas pediu clemência para ela.

"Considero minha mãe e Issa Taheri assassinos de meu pai e ambos são culpados. Acreditei que ela seria libertada se houvesse uma polêmica em relação ao assunto, mas isto não aconteceu", declarou Sajjad Ghaderzadeh, filho de Sakineh.

O encontro foi organizado pela justiça local.

Presa em Tabriz, Sakineh Mohamadi-Ashtiani foi condenada à morte em 2006 por envolvimento no assassinato do marido e, ao apedrejamento, por adultério. A primeira condenação foi comutada em 10 anos de prisão, na apelação, em 2007, mas a segunda foi confirmada no mesmo ano, por um outro tribunal.

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A justiça havia suspendido em julho passado a pena de apedrejamento, esperando um novo exame do dossiê.

Ela foi considerada culpada de ter matado o marido com a ajuda do amante, Issa Taheri.

Sajjad Ghaderzadeh e Houtan Kian, advogado da família, foram detidos no dia 10 de outubro, assim como dois jornalistas alemães que foram a Tabriz, sem permissão das autoridades iranianas para entrevistá-los.

Usando um pulôver, casaco e óculos escuros, Sajjad Ghaderzadeh afirmou que foi libertado sob fiança no dia 12 de dezembro.

"Fui detido porque falei com jornalistas estrangeiros que estavam aqui ilegalmente, e não há outras acusações contra mim", explicou.

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"Minha fiança era de 400 milhões de rials (US$ 40 mil), paga por um amigo", acrescentou.

Os dois jornalistas alemães trabalhavam para o jornal "Bild am Sonntag", do grupo Axel Springer.

Segunda-feira, eles puderam reencontrar as famílias em Tabriz, onde estão presos.

Ghaderzadeh explicou que encontrou na Internet o nome de Mina Ahadi, que dirige o Comitê international contra o Apedrejamento, com sede em Berlim.

"Mina Ahadi me apresentou a Mohammad Mostafaie, que me entregou 20 milhões de rials e fugiu para o exterior, sem jamais ver minha mãe", acrescentou.

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Mostafaie, advogado de Sakineh, refugiou-se na Noruega no início de agosto para escapar a um mandato de detenção expedido pelas autoridades iranianas.

Sajjad Ghaderzadeh qualificou de "mentira" uma declaração de Mostafaie, divulgada pela imprensa iraniana, segundo a qual seu pai era toxicômano.