Um tribunal da Ucrânia condenou nesta sexta-feira (13) uma mulher a 14 anos de prisão por acusações de ter escrito relatórios falsos para a Rússia usar numa sessão da ONU, com justificativas para a invasão russa ao país vizinho em 2022.
Segundo informações da agência France-Presse (AFP), a promotoria alegou que a mulher, cujo nome não foi divulgado, agiu sob orientação dos serviços de inteligência russos.
“A ré escreveu que o povo da Ucrânia apoia a chamada operação especial da Federação Russa na Ucrânia, que saques, assassinatos e roubos começaram na Ucrânia e que os políticos [ucranianos] estavam oficialmente pedindo [para a população] ‘matar russos’”, informou o gabinete do promotor de Kiev em um comunicado.
Os relatórios falsos resultaram numa carta que depois foi lida na ONU por Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, para justificar a agressão à Ucrânia. A mulher seria coordenadora de uma ONG de direitos humanos.
A Rússia iniciou uma invasão ao território ucraniano em 2022 sob a justificativa de “proteger russos étnicos” no leste do país, “desmilitarizar” e “desnazificar” a Ucrânia.
Desde então, anexou por meio de referendos fraudulentos quatro regiões ucranianas ocupadas, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia. Desde 2014, a Rússia já ocupava a Crimeia.