A polícia da Austrália confirmou nesta quarta-feira (24) a morte de uma idosa de 95 anos com demência senil que foi rendida na semana passada com um taser por um agente policial enquanto portava uma faca dentro de um lar de idosos.
"É com grande tristeza que confirmamos a morte de Clare Nowland, de 95 anos, esta noite. A senhora Nowland morreu pacificamente no hospital", disse a polícia de Nova Gales do Sul em sua página no Facebook.
A polícia destacou a marca deixada pela mulher na sua comunidade e ressaltou que a família pediu privacidade nestes “tempos difíceis”.
O policial que usou um taser para rendê-la depois de atender uma chamada de emergência em uma casa de repouso na cidade de Cooma, cerca de 430 quilômetros a sudoeste de Sydney, foi suspenso.
O incidente ocorreu na quarta-feira da semana passada quando o agente, com 12 anos de experiência e que não foi identificado, e um colega foram à casa de repouso Yallambee após receberem uma ligação relatando que a mulher estava “armada” com uma faca.
Quando esta se recusou a largar a faca e se aproximou “lentamente” dos agentes em seu andador, o policial disparou sua pistola taser no peito e nas costas da idosa, que tinha 43 quilos e 1,57 metro de altura. Ela caiu e bateu a cabeça.
Após o incidente, que chocou o país, a idosa foi internada no hospital e as autoridades abriram uma investigação.
Este caso trouxe mais uma vez à tona o polêmico uso de tasers pela polícia australiana, questionada por organizações de garantia de direitos como a Anistia Internacional.
Em 2012, o estudante brasileiro Roberto Curti morreu em Sydney após receber 14 choques elétricos da polícia, em um incidente pelo qual um tribunal do país condenou quatro policiais em 2014 pelo uso excessivo da força que resultou na morte do jovem, que sofreu um episódio psicótico após ingerir uma substância psicotrópica.
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