As autoridades venezuelanas impediram neste sábado (2) que a ativista Lilian Tintori, mulher do dirigente opositor Leopoldo López, viajasse à Europa para turnê na qual faria denúncias contra o regime de Nicolás Maduro.
Tintori foi barrada após a Justiça acolher investigação contra ela sobre a apreensão de 200 milhões de bolívares em espécie (R$ 196 mil pelo câmbio oficial, R$ 34 mil pelo paralelo) em caixas fechadas dentro de seu carro.
O Ministério Público não divulgou os crimes pelos quais ela é acusada. A ativista, que foi intimada pelo tribunal a prestar depoimento na terça (5), afirma que o dinheiro seria usado para pagar o tratamento de sua avó.
Em uma rede social, ela disse que as acusações têm motivação política. "Isso deixa claro porque a ditadura fabrica acusações contra mim: impedir que fale sobre a crise humanitária que vivemos na Venezuela."
A mulher de López acompanharia o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, em reuniões com o premiê da Espanha, Mariano Rajoy, a primeira-ministra britânica, Theresa May, o presidente da França, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel.
Não se sabe, porém, se Borges conseguiu viajar. Rajoy considerou lamentável a decisão das autoridades venezuelanas. "Podem encarcerar as pessoas, mas não seus ideais. Liberdade para a Venezuela."
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Já Macron, que na última terça (29) chamou o regime chavista de ditadura, disse esperar que Tintori consiga viajar. "Esperamos Lilian Tintori na Europa. A oposição venezuelana deve permanecer livre."