Oficiais forenses e bombeiros franceses chegam ao local de um ataque com faca em Nice em 29 de outubro de 2020| Foto: Valery HACHE/AFP
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Três pessoas morreram em um ataque com faca na Basílica Notre-Dame de Nice, na França, nesta quinta-feira (29), por volta das 9 horas (6h no horário de Brasília). Uma mulher que estava rezando no local foi praticamente decapitada no ataque, definido pelo prefeito da cidade, Christian Estrosi, como um ato de "islamofascismo".

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O suspeito, que está na casa dos 20 anos, foi baleado pela polícia, detido e levado a um hospital para tratamento. De acordo com a imprensa francesa, ele disse que se chama "Brahim" e que agiu sozinho.

Uma investigação por assassinato será conduzida pela Procuradoria Antiterrorismo da França. O prefeito também contou que o assassino teria gritado diversas vezes "Allahu Akbar" (Deus é o maior) quando foi preso. "Tudo sugere um ataque terrorista", disse Estrosi.

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Duas mortes ocorreram dentro da Basílica. Uma das vítimas era um sacristão da igreja, "apreciado pelos paroquianos", disse o prefeito de Nice. A outra era uma mulher idosa que teria sido quase decapitada próximo a uma pia de água benta. A terceira vítima, uma mulher, teria conseguido fugir e se refugiar em um café, mas morreu devido aos ferimentos causados pelas múltiplas facadas desferidas pelo agressor.

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, convocou uma reunião de crise para acompanhar o caso. Em uma mensagem publicada em sua conta no Twitter, Darmanin disse que uma operação policial estava em curso e que havia conversado com o prefeito da cidade.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também participou da reunião de crise, segundo a imprensa francesa.

Macron viajou a Nice após o ataque. "A França não cederá ao terror", disse o presidente francês, em frente à basílica. Ele anunciou que o número de soldados que patrulham as ruas mais do que dobrará nos próximos dias e expressou apoio à comunidade católica.

"Eu quero expressar o apoio da nação para os católicos da França e de outros lugares. Após 2016, com o assassinato do padre Hamel, mais uma vez os católicos do nosso país são atacados, e logo antes do Dia de Todos os Santos. Estamos ao seu lado para que a religião possa ser praticada livremente em nosso país. As pessoas podem ou não crer, todas as religiões podem ser praticadas, mas hoje a nação está ao lado de nossos compatriotas católicos", afirmou Macron, lembrando o caso do padre que teve a garganta cortada por dois homens em uma igreja na Normandia em 2016.

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Nice já foi alvo de um grande ataque terrorista em 2016, quando um homem usou um caminhão para atropelar uma multidão, matando 84 pessoas.

Há 13 dias, um caso de decapitação, investigado como terrorismo, ocorreu nas proximidades de Paris. O professor Samuel Paty foi alvo do extremismo islâmico depois de ter mostrado aos estudantes uma charge de Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão. Em 25 de setembro, duas pessoas foram esfaqueadas perto da antiga redação do satírico Charlie Hebdo, em Paris, dias depois que a revista voltou a publicar charges do profeta do Islã.

"Treze dias depois de Samuel Paty, nosso país não pode mais estar satisfeito com leis de paz para destruir o islamofascismo", escreveu o prefeito de Nice.

Tentativa de ataque com arma em outra cidade francesa

Uma tentativa de ataque com arma foi registrada na França nesta quinta-feira, horas depois do ataque em Nice. No distrito de Montfavet, perto da cidade de Avignon, no sudoeste do país, um homem ameaçou pessoas que andavam na rua e uma patrulha policial com uma arma de fogo. Para impedir o ataque eminente, a polícia atirou no homem e o matou. De acordo com o jornal Le Figaro, o agressor tinha "histórico psiquiátrico" e a Procuradoria Antiterrorismo, no momento, não está envolvida na investigação deste caso.

Guarda é atacado perto do consulado francês na Arábia Saudita

Um guarda foi atacado com uma faca em frente ao consulado francês em Jeddah, na Arábia Saudita. O suspeito, um homem saudita, foi preso logo após o ataque. O guarda ferido, cuja nacionalidade não foi revelada ainda, foi levado ao hospital e sua condição de saúde é estável.

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Segundo a agência France 24, a embaixada da França em Riad condenou veementemente o ataque e instou os franceses que vivem na Arábia Saudita a exercer "extrema vigilância".

As autoridades sauditas e francesas não revelaram a motivação do ataque, nem se ele está relacionado diretamente ao de Nice, embora ambos tenham ocorrido depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu o direito de publicação de charges do profeta Maomé em seu país – algo que é proibido no Islã.