Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
ABUSO

Mulher internada em coma há anos dá à luz nos EUA

 | Pixabay
(Foto: Pixabay)

Um afogamento deixou a mulher em estado vegetativo persistente por quase uma década. 

O seu universo consistia principalmente de um quarto em uma instalação da Phoenix Hacienda HealthCare onde ela recebia atendimento 24 horas por dia. Então, quando ela entrou em trabalho de parto alguns dias depois do Natal, seus cuidadores ficaram desconcertados. 

“Pelo que me disseram, ela estava gemendo”, disse uma fonte não identificada ao canal da Phoenix CBS, KPHO. “E eles não sabiam o que havia de errado com ela... Nenhum dos funcionários sabia que ela estava grávida até ela dar à luz”. 

Em 29 de dezembro, com a ajuda de uma das enfermeiras da unidade, a paciente deu à luz um menino saudável, informou a KPHO. 

O nascimento – e a agressão sexual de uma pessoa vulnerável que deve tê-lo precedido – chamou atenção para as condições de uma organização sem fins lucrativos que se considera a fornecedora líder de assistência médica em Phoenix. 

Um porta-voz da polícia de Phoenix disse ao The Washington Post que o departamento está investigando, mas não divulgou detalhes sobre o caso. A Hacienda HealthCare, que tem 40 programas que atendem mais de 2.500 pessoas por ano no Arizona, disse em comunicado na segunda-feira que o CEO da empresa, Bill Timmons, renunciou ao cargo. 

A Hacienda “não aceitará nada menos que uma explicação completa dessa situação absolutamente horrível, um caso sem precedentes que devastou todos os envolvidos, desde a vítima e sua família até os funcionários da Hacienda em todos os níveis da organização”, Gary Orman, membro do conselho de diretores da clínica, disse no comunicado. 

Ninguém foi preso em conexão com o caso, e não está claro se a polícia já tem um suspeito. No Arizona, agredir sexualmente um adulto vulnerável é um crime grave. 

Karina Cesena disse a uma emissora de TV que está dormindo no quarto de sua filha de 22 anos na clínica até que o agressor seja encontrado. 

A filha de Cesena tem uma lesão cerebral traumática que causa centenas de convulsões por dia. 

Cesena disse que sua filha pode responder sim ou não a perguntas. “Ela não é capaz de andar ou falar ainda, mas ela entende”. 

Sobre a Hacienda HealthCare, Cesena disse: “A confiança foi quebrada. A confiança definitivamente foi quebrada”. 

Outros familiares de pacientes disseram à emissora que haviam notado a presença de mais guardas de segurança e um novo protocolo exigindo que os funcionários homens fossem acompanhados por funcionárias do sexo feminino, caso entrassem no quarto de uma paciente do sexo feminino. 

O gabinete do governador do Arizona, Doug Ducey, divulgou um comunicado dizendo que os relatos são “profundamente preocupantes”. 

O Departamento de Segurança Econômica do estado enviou uma equipe para fazer verificações de saúde e segurança nas instalações, e o Departamento de Serviços de Saúde reforçou as medidas de segurança: mais funcionários, maior monitoramento e maior segurança. 

A Hacienda HealthCare foi fundada há cinco décadas. Na época, chamava-se Hacienda de los Angeles, ou “a morada dos anjos”. A Hacienda HealthCare tornou-se o guarda-chuva de vários programas na área de Phoenix que tratam bebês, crianças e adultos com doenças crônicas. 

Já eram conhecidos relatos de maus-tratos de pacientes. Por exemplo, uma investigação em 2013 descobriu que um membro da equipe havia feito “declarações sexuais inapropriadas” sobre quatro clientes. O membro da equipe comentou que uma paciente com deficiência intelectual havia sido colocada em uma posição sexual. Os incidentes foram relatados aos administradores do estabelecimento um mês depois de supostamente terem ocorrido. 

Esse funcionário foi finalmente demitido, mas o Estado chegou à conclusão de que a clínica “não conseguiu garantir que os clientes fossem tratados com dignidade”.

 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.