Londres (Das agências internacionais) Uma mulher de 43 anos foi detida em Londres acusada de estar envolvida com o vazamento de documentos à imprensa sobre as circunstâncias da morte do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, informou ontem a polícia britânica.
A mulher, cuja identidade não foi divulgada, foi detida na quarta-feira, mas liberada logo depois, sob pagamento de fiança. A polícia também não informou se a mulher trabalha para a IPCC (sigla em inglês para Comissão Independente de Queixas da Polícia) ou para a rede que filtrou a informação, a rede de televisão ITV News.
Sua detenção ocorreu durante registros de domicílios feitos na capital britânica, relacionados ao vazamento dos detalhes da morte de Jean Charles.
O brasileiro foi morto pela polícia britânica ao ser confundido com um terrorista em uma estação de metrô londrina, no dia 22 de julho pouco mais de duas semanas após os atentados de quatro suicidas que mataram 52 pessoas.
Justificativa
Jean Charles, que tinha 27 anos quando foi atingido pela polícia, levou vários tiros dos agentes policiais. A polícia justificou a morte de Jean Charles alegando que ele estaria usando um casaco pesado, apesar do verão, e que teria pulado uma roleta da estação do metrô onde foi morto ao ser perseguido por policiais.
A publicação de vários documentos pela ITV News, no entanto, questionou a versão inicial da polícia. Segundo essas informações, Jean Charles teria entrado andando na estação, validado seu bilhete e até pegado um exemplar de um jornal gratuito antes de entrar no vagão onde foi atingido pela polícia.
Um membro da IPCC, que investiga a morte de Menezes, foi suspenso de seu posto pela divulgação de informações à imprensa. A polícia informou que a mulher detida na semana passada foi "libertada pagando uma fiança, mas está sujeita a futuras investigações".
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