A mulher considerada a mais poderosa do México foi presa na noite de terça-feira acusada de fraude e peculato, derrubando uma importante oponente do presidente Enrique Peña Nieto. Elba Esther Gordillo é ex-deputada, liderava o principal sindicato de professores do país e mantinha uma posição contra as reformas propostas pelo novo governo. Denúncias afirmam que ela teria usado dinheiro de grupos trabalhistas para fazer plásticas e comprar obras de arte e imóveis.
Em coletiva de imprensa, o procurador-geral mexicano, Jesus Murillo, acrescentou que Gordillo teria desviado US$ 157 milhões em fundos sindicais usando intermediários que moviam a verba para contas na Suíça, no Principado de Liechtenstein, e depois para os Estados Unidos, onde ela teria comprado uma casa na cidade californiana de San Diego.
"Claramente, estamos enfrentando um caso no qual o dinheiro dos trabalhadores da educação foi utilizado ilegalmente para o benefício de várias pessoas, incluindo Elba Esther Gordillo", disse Murillo.
A sindicalista, de 68 anos, era conhecida como "A professora" no México. Ela foi a líder do principal sindicado da classe por mais de duas décadas e membro do Partido Revolucionário Institucional, o PRI, de Peña Nieto, mas foi expulsa.
Gordillo já era alvo de denúncias de corrupção e de uma onda de criticismo por suas roupas caras e luxuoso estilo de vida.
Murillo disse que documentos comprovam que Elba gastou US$ 3 milhões em compras na loja de departamento americana Neiman Marcus, enquanto ela declarou ao Imposto de Renda de ganhou aproximadamente US$ 86 mil (1,1 milhão de pesos) no total de rendimentos entre os anos de 2009 e 2012.
A sindicalista e mais três pessoas foram presas no aeroporto de Toluca. Segundo o Murillo, outros suspeitos também estariam envolvidos no esquema, incluindo a falecida mãe de Elba, que era dona de 99% das companhias utilizadas para as transferências de fundos.
Opositores a Peña Nieto questionam se a prisão da "Professora" teria sido motivada por questões políticas. A ex-deputada era um dos maiores empecilhos às reformas educacionais de Peña Nieto, que quer tirar das famílias e do sindicato o poder total em relação às vagas de professores.