Milhares de pessoas - possivelmente mais de 200 mil, segundo a rede CNN - segurando bandeiras do Líbano, e não do Hezbollah, tomaram o centro de Beirute nesta sexta-feira para pedir a renúncia do primeiro-ministro Fouad Siniora, cujo governo mais de uma vez disse que não se curvar a pressões para sair. O protesto é liderado por políticos cristãos e do Hezbollah. Diferentemente do comício em que o Hezbollah proclamou sua suposta vitória na guerra contra Israel, os manifestante do protesto desta sexta-feira planejam levar o ato até as imediações dos escritórios do governo, sem prazo para sair de lá.

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O vice-chefe do Hezbollah, Naim Kassem, disse que os protestos só vão acabar quando o gabinente de Siniora cair.

- Este governo não levará o Líbano ao abismo. Temos vários passos a dar se este governo não responder. Eles não vão ser capazes de governar o Líbano com uma administração americana - disse ele à TV do grupo, a Al-Manar.

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A cidade está sob vigilância de tropas, que isolaram o complexo de prédios do governo com barricadas de metal. A cerca de 30 metros dali, a multidão pede a formação de um novo governo, de unidade nacional.

"Queremos um governo limpo", diz um cartaz.

- Fora Siniora. Queremos um governo livre! - a multidão canta.

O líder oposicionista cristão e aliado do Hezbollah, Michel Aoun, participou do início do protesto, discursando no sentido de que o Líbano "quer ser amigo de todo mundo".

- Estamos aqui para derrubar o governo. Nós, a resistência, não queremos qualquer influência dos Estados Unidos - disse Najwa Bouhamdan.

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- Estamos protestando para que o governo saiba que ninguém quer Siniora - disse Hamzi Mesheh.

Os políticos anti-Síria que controlam o gabinete dizem que o grupo xiita e seus aliados querem encenar um golpe. Siniora tinha dito na quinta-feira que seu governo não vai cair.

O governo de Siniora se enfraqueceu com a saída, no mês passado, de seis ministros da oposição e pelo assassinato do ministro cristão Pierre Gemayel. Partidários do ministro acreditam que a Síria esteja por trás do assassinato.