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América Latina

Multidão vai às ruas da Cidade do México pedir solução para sumiço de 43 estudantes

Um cartaz mostra o rosto de alguns dos desaparecidos | Stringer/Mexico/Reuters
Um cartaz mostra o rosto de alguns dos desaparecidos (Foto: Stringer/Mexico/Reuters)

Uma multidão tomou as ruas da capital mexicana, neste domingo, em protesto que marcou o primeiro aniversário do desaparecimento de 43 estudantes em Iguala, no estado de Guerrero, ao Sul do país. A “Marcha da Indignação Nacional” foi encabeçada por parentes e amigos dos desaparecidos, que acusam o governo do presidente Enrique Peña Nieto de inação na apuração dos responsáveis pelo crime.

— Marchamos com toda a energia, porque não podemos descansar em nossa busca — disse Felipe de la Cruz, porta-voz dos familiares das vítimas, em entrevista à AFP.

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Carregando cartazes com fotografias dos desaparecidos, os pais dos estudantes estiveram à frente da passeata, que cruzou a Avenida de la Reforma, uma das principais do Centro da Cidade do México. Também participaram do protesto alunos da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, da cidade de Ayotzinapa, onde as vítimas estudavam, além de universitários, sindicatos, ONGs e partidos de oposição.

— Viemos com sede de justiça, não pode mais haver impunidade. Atrás dos 43, estão milhares desaparecidos — disse Sofia Rojas, estudante da Universidade Nacional Autônoma do México.

O protesto começou na quarta-feira, quando um grupo de pais chegou a capital para uma reunião com Peña Neto. Eles entregaram ao presidente uma carta com oito exigências, incluindo o pedido para que o processo de investigação seja acompanhado por organizações internacionais. Em seguida, iniciaram uma greve de fome que durou 43 horas.

“Um ano após os trágicos acontecimentos de Iguala, reitero o compromisso do governo mexicano com a verdade e a justiça”, afirmou Peña Nieto, em seu perfil no Twitter.

Até o momento, as investigações oficiais indicam que os estudantes foram atacados a tiros pela polícia nas redondezas da cidade de Iguala. Sete pessoas morreram no local, e os 43 sobreviventes teriam sido entregues pelos policiais a traficantes locais, que teriam cometido os assassinatos e incinerado os corpos.

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