Em meio a ataques contra cristãos no Paquistão, onde igrejas foram incendiadas e casas destruídas após uma acusação de blasfêmia, um novo caso semelhante foi noticiado nessa semana, desta vez em Nova Delhi, capital da Índia.
Segundo informações do portal Christian Post, uma igreja foi invadida durante uma reunião religiosa e cristãos foram atacados por uma multidão extremista que afirmava frases em defesa de "uma nação hindu", por meio de autofalantes. Os atos violentos aconteceram na região de Tahipur, em Dheli.
Segundo a mídia local, quando as vítimas foram registrar queixa contra a ação criminosa, centenas de pessoas de organizações relacionadas ao nacionalismo religioso hindu reuniram-se do lado de fora, cantando “Jai Shri Ram” (salve Senhor Ram).
Os cristãos relataram que foram agredidos com pauladas. Um deles, que deu entrevista sem se identificar, por questões de segurança, disse à imprensa que "todos os dias que os membros se reúnem para orar, fazem isso com medo de serem atacados".
De acordo com o Fórum Cristão Unido (UCF, na sigla em inglês), o primeiro semestre de 2023 foi marcado por um aumento da violência contra cristãos em 23 estados da Índia, onde foram identificados 400 incidentes, contra 274 relatados no mesmo período do ano passado.
Para os cristãos que vivem no país, 2021 foi o “ano mais violento” da história, com pelo menos 486 relatos violentos de perseguição cristã, informou o UCF.
A organização afirmou que o aumento de registros violentos contra cristãos está ligado à impunidade e alegações falsas dos extremistas à polícia de que "são forçados à conversão”.
No mês de julho, uma onda de violência tomou conta do norte do país, em Manipur, onde dezenas de pessoas foram mortas, igrejas queimadas e milhares de cristãos tiveram que fugir.
Segundo a ONG Portas Abertas, que investiga a situação de perseguição religiosa no mundo, a Índia ocupa a 11ª posição na lista de países mais repressivos para o cristianismo, com um nacionalismo religioso forte.