O mundo acredita cada vez mais que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares, mas acha que a presença militar americana no Iraque continua sendo um risco maior à estabilidade do Oriente Médio, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira.

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No momento em que Washington tenta comprovar o perigo representado por Teerã, a boa notícia para os Estados Unidos, segundo a pesquisa do Pew Research Center, feita junto com 17 mil pessoas em 15 países, é que a opinião pública, especialmente no Ocidente, está cada vez mais preocupada com o Irã.

A má notícia para o governo Bush é que em todo o mundo a presença militar dos EUA no Iraque é vista como uma ameaça ainda maior e que, na maioria dos países, o apoio à "guerra ao terrorismo" está estável ou em queda.

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Após alguns sinais de abatimento do antiamericanismo, em parte devido à boa vontade demonstrada pela ajuda às vítimas do tsunami de 2004 na Ásia, as opiniões favoráveis a respeito dos EUA voltaram a diminuir na maioria dos países.

A ampla preocupação com o tratamento dado a presos no Iraque e em Guantánamo é o principal fator por trás da má imagem dos EUA, segundo a pesquisa.

O presidente George W. Bush também recebe notas mais baixas do que seus colegas da Grã-Bretanha, Alemanha, França e Rússia, e a confiança em sua capacidade de governo decaiu na maioria dos países - na Turquia, é de apenas 3%.

A pesquisa do conceituado Pew Research Center foi feita entre 31 de março e 14 de maio em Grã-Bretanha, França, Alemanha, Espanha, Rússia, Indonésia, Egito, Paquistão, Jordânia, Turquia, Nigéria, Japão, Índia, China e Estados Unidos. A margem de erro varia de dois a seis pontos percentuais, segundo o país. A pesquisa permite comparações com levantamentos similares de anos anteriores.

Entre os aliados tradicionais de Washington, a Alemanha é o único onde a maioria dos entrevistados considera o Irã um perigo maior do que a presença dos EUA no Iraque.

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Por outro lado, na Espanha, 56% consideram que os EUA no Iraque são uma ameaça maior. Essa opinião é compartilhada por 45% na Rússia e 31% na Indonésia.

A pesquisa foi publicada depois que os EUA mudaram de tática em relação ao Irã, aderindo ao grupo de negociadores que ofereceu um pacote de incentivos e punições para que Teerã abandone seu programa de enriquecimento de urânio.

Em alguns países ocidentais, praticamente triplicou o temor de que a República Islâmica desenvolva uma arma nuclear. Já nos países islâmicos esse temor é menor, mas também cresce, segundo a pesquisa. Na Jordânia, por exemplo, 19% temem o programa nuclear iraniano.