O presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, rejeitou neste sábado o direito de ser julgado junto com outros líderes da Irmandade Muçulmana em um tribunal por acusações relacionadas a uma grande fuga de presos em 2011, disseram fontes de segurança e judiciais.
Mursi e seus partidários, incluindo o maior líder da Irmandade, Mohamed Badie, são acusados pela morte e sequestro de policiais, por atacar instalações da polícia e pela fuga da cadeia durante a revolta de 2011, que derrubou o então presidente, Hosni Mubarak.
"No que me diz respeito, esses procedimentos são nulos e não os aceito", afirmou Mursi, classificando-se como presidente da República e pedindo que o povo egípcio continue sua "revolução pacífica", de acordo com as fontes.
Alguns dos outros cerca de 130 réus, que estavam presos em celas diferentes da que estava Mursi, o aplaudiram e gritaram "abaixo o regime militar". Não é comum que réus desse calibre sejam colocados em celas nos tribunais egípcios.
As autoridades têm reprimido com vigor a Irmandade desde quando o chefe do Exército, o marechal Abdel Fattah al-Sisi, derrubou Mursi após grandes protestos contra o presidente. Milhares de partidários de Mursi foram presos, enquanto outros morreram.