Integrante da Irmandade Muçulmana protesta no Cairo| Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

1,2 mil pessoas morreram em protestos no Egito contra a deposição do presidente Mohamed Mursi, o primeiro eleito democraticamente no país.

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A Justiça do Egito mandou ontem prolongar por mais um mês a prisão preventiva do presidente deposto, Mohamed Mursi. Ele está detido desde quando foi retirado do poder, em 3 de julho, e foi acusado de conspiração com o grupo radical palestino Hamas.

Segundo a Promotoria, Mursi é acusado de ter se aliado à entidade para fazer uma rebelião em uma cadeia próxima ao Cairo, durante a revolta que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 2011. O presidente deposto foi um dos detentos que estavam na prisão, em sua maioria vinculados à Irmandade Muçulmana.

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Sob essa acusação, ele foi colocado em prisão preventiva em 26 de julho, que foi renovada em 15 de agosto e venceria hoje. A denúncia foi colocada após 20 dias de detenção de Mursi sem imputações, o que gerou críticas da comunidade internacional.

O juiz do Tribunal de Apelações do Cairo, Hassan Samir, também manteve a prisão para Refaa al-Tahtawi, chefe de gabinete de Mursi, acusado de relação com a rebelião na prisão de Wadi Natrun. A fuga de presos terminou com a morte de outros detentos e policiais e sequestro dos responsáveis pela segurança.

Samir pediu a detenção de outros acusados na mesma causa, que até agora inclui 13 presos, todos militantes da Irmandade Muçulmana. Mursi também é acusado de envolvimento na morte de civis nos protestos contra seu governo.

A saída de Mursi provocou uma forte crise política e protestos da Irmandade Muçulmana, grupo ao qual era vinculado. As manifestações terminaram em uma série de confrontos violentos que deixaram mais de 1,2 mil mortos em dois meses.