Esboço de plano do Exército egípcio prevê dissolver Parlamento
As Forças Armadas do Egito pretendem suspender a Constituição e dissolver o Parlamento dominado por islâmicos de acordo com um plano político a ser executado se o presidente do país, Mohamed Mursi, e seus opositores não conseguirem chegar a um acordo de partilha de poder até quarta-feira, disseram fontes militares.
O presidente egípcio, Mohammed Mursi, pediu nesta terça-feira às Forças Armadas que retirem o ultimato que lhe deram ontem para que "atenda as reivindicações do povo", e que expira amanhã, em mensagem em sua conta oficial no Twitter.
"O presidente confirma sua adesão à legitimidade constitucional, rejeita toda tentativa de sair dela, pede às Forças Armadas que retirem sua advertência e rejeita qualquer ditado interno ou externo", afirma o comunicado.
Ontem pela noite, Mursi já havia criticado o prazo de 48 horas fixado pelas Forças Armadas, mas sua mensagem de hoje mostra uma rejeição frontal à advertência dos militares, o que conduz o país a uma queda-de-braço de consequências imprevisíveis.
Em seu ultimato, divulgado pela televisão estatal, o Exército egípcio pediu às forças políticas que "assumam sua responsabilidade e atendam às reivindicações do povo".
Os generais consideram que a vontade do povo egípcio ficou expressada nas manifestações que no domingo passado levaram milhões de pessoas às ruas do país para exigir a renúncia de Mursi e a convocação de eleições antecipadas.
Em seu comunicado, o comando geral das Forças Armadas ressaltou que anunciará um roteiro para o futuro e supervisionará sua aplicação "se não forem realizadas as reivindicações do povo nesse prazo".
O Egito viveu hoje outro dia de manifestações maciças nas quais centenas de milhares de seguidores islamitas do presidente e opositores se concentraram em diferentes pontos do Cairo e do resto do país.