Em apenas três semanas, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou a desmantelar parte do aparato público sob o pretexto de cortar custos, uma tarefa liderada pelo magnata da tecnologia Elon Musk e seu Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).
Nesta quarta-feira (12), um comitê da Câmara dos Representantes se reuniu pela primeira vez para examinar as ações do DOGE, embora nem Musk, nem nenhum de seus funcionários tenha sido chamado para comparecer.
O DOGE e Musk lideraram o caminho para o fechamento efetivo de entidades como a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e a Agência de Proteção Financeira ao Consumidor (CFPB), encarregada de vigiar Wall Street e proteger os consumidores.
Eles alegam ter cortado cerca de US$ 1 bilhão ao cancelar contratos e programas que promovem a diversidade, a inclusão e a equidade (DEI) no governo e também estão promovendo um plano para demissões em larga escala na administração federal.
Agora, Musk, sua equipe e o exército de engenheiros que trabalham para o DOGE têm como alvo o Departamento de Educação. Embora para fechá-lo seja necessária a aprovação do Congresso, o objetivo final é reestruturar os gastos no setor.
A guerra particular está começando a esbarrar no Judiciário, que, por exemplo, impediu Musk de acessar o sistema de pagamento do Departamento do Tesouro, que contém os dados pessoais dos americanos.
Tudo isso lhe rendeu uma matéria de capa na revista Time, na qual Musk aparece sentado à escrivaninha no Salão Oval, como se ele, e não Trump, fosse o presidente dos Estados Unidos.
Na terça-feira, após o episódio, Trump convidou Musk e um de seus filhos ao Salão Oval para presenciarem a assinatura de uma ordem executiva para reduzir “significativamente” o tamanho do serviço público e dar mais poder ao DOGE.
A ordem executiva pede aos líderes das agências federais que limitem as contratações a cargos “essenciais”, preparem-se para grandes reduções de pessoal e restrinjam a uma substituição de vagas a cada quatro saídas de funcionários.
Trump então passou a palavra para Musk, que afirmou que a administração federal se tornou um “quarto poder não eleito”. O empresário também admitiu que algumas das coisas que ele afirma estão “erradas” e que o DOGE “cometerá erros”.
“Estamos nos movendo rapidamente, portanto cometeremos erros, mas os corrigiremos rapidamente”, disse.