A técnica de regredir células adultas a um estágio inicial de desenvolvimento, como se fossem células-tronco pluripotentes - capazes de gerar qualquer outra célula - pode causar mutações genéticas, segundo pesquisadores norte-americanos. Um estudo sobre a conclusão será publicado na revista "Nature" desta semana.
A equipe da Universidade de Califórnia em San Diego examinou 22 linhagens diferentes de células induzidas, obtidas de sete grupos de pesquisa, cada um com uma técnica diferente para tornar células adultas da pele em estruturas pluripotentes, capazes de gerar outros tecidos no corpo como o muscular e o neural.
Os pesquisadores notaram uma média de seis alterações por éxon - parte do genoma que contém instruções para a produção de proteínas. Com base no conhecimento da comunidade científica atual, os pesquisadores esperavam encontrar 10 vezes menos mutações do que o observado.
Segundo Kun Zhang, professor de bioengenharia na universidade, a reprogramação de células adultas de mamíferos afeta todo o genoma, podendo gerar mutações que provocam tumores e outras doenças.
Para os autores do trabalho publicado na Nature, antes de utilizar as células reprogramadas em terapias com humanos, é preciso saber se o genoma é o mesmo que o do receptor e identificar possíveis mutações genéticas como aquelas que causam câncer.
O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) e pelo Instituto de Medicina Regenerativa da Califórnia.
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