O partido de centro-direita PP, mais votado nas eleições gerais na Espanha em julho, falhou na sua primeira tentativa de ser nomeado para governar o país europeu.
Nesta quarta-feira (27), o Congresso dos Deputados rejeitou a investidura do líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, como presidente do governo espanhol.
O líder da legenda de centro-direita obteve 172 votos favoráveis, mas 178 deputados votaram contra ele. Para ser investido, Feijóo precisava de 176 votos (metade da casa, mais um).
Na sexta-feira (29), haverá outra votação e o líder do PP não necessitará mais de maioria absoluta para se tornar presidente, apenas ter mais votos “sim” do que “não”.
Entretanto, considerando-se que o PSOE, partido do atual presidente do governo da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, segunda legenda mais votada em julho, conseguiu apoios de legendas nacionalistas (com plataformas voltadas a regiões espanholas, não ao país como um todo) e separatistas para evitar a vitória de Feijóo nesta quarta-feira, é pouco provável que o líder do PP consiga ser bem-sucedido daqui a dois dias.
Na terça-feira (26), Feijóo havia criticado o PSOE por se escorar no apoio desses partidos para tentar evitar a vitória da centro-direita, já que eles pedem concessões como referendos separatistas e anistias para líderes das suas legendas.
“Nem o movimento separatista pode esperar, nem o PSOE, que permitam que decida por todos os espanhóis o Bildu [partido separatista basco], que há menos de seis meses tinha mais de 40 terroristas nas suas fileiras. Não se pode permitir que decida por todos os espanhóis o Esquerra [partido separatista catalão], que se orgulha de obrigar o socialismo a fazer o oposto do que promete. E que decida por todos os espanhóis o Junts [outro partido separatista catalão], menos ainda, depois de ouvir tudo o que eles exigiram”, afirmou.
Se Feijóo não for eleito na sexta-feira, Pedro Sánchez será encarregado da tarefa de formar um governo. Nesse caso, o prazo para que o socialista consiga a investidura venceria em 27 de novembro. Se nenhum dos dois partidos mais votados em julho obtiver apoios suficientes, novas eleições serão convocadas para 14 de janeiro.
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