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Líder do partido CNA, Gwede Mantashe (ao centro) conversa com fiscais no centro de apuração dos votos, em Joanesburgo
Líder do partido CNA, Gwede Mantashe (ao centro) conversa com fiscais no centro de apuração dos votos, em Joanesburgo| Foto: Kim Ludbrook / Agência EFE

O partido que venceu todas as eleições gerais na África do Sul desde 1994, após o fim do regime segregacionista do apartheid, quando Nelson Mandela chegou ao poder, deve perder a maioria absoluta do Congresso e ser obrigado a formar um governo de coalisão.

Com quase 70% dos votos apurados, o Congresso Nacional Africano (CNA) ainda lidera com 42%, contra 23% dados à Aliança Democrática (AD), 12% para o uMkhonto weSizwe (MK), do ex-presidente Jacob Zuma, e 10% do partido Lutadores pela Liberdade (EFF), de extrema esquerda. O desempenho, abaixo da maioria absoluta, forçará o CNA a fazer alianças para seguir governando o país.

As previsões são de que o resultado final seja divulgado no fim de semana. Nas últimas eleições gerais, em 2019, o CNA havia obtido 57,5% dos votos, quase 15 pontos acima do desempenho atual.

Na África do Sul, eleição para presidente é indireta

Na África do Sul não há eleição direta para presidente. É o congresso que elege o comandante do país. Assim, permanece incerta a possibilidade do presidente Cyril Ramaphosa ser reconduzido para um mandato de mais 5 anos, já que ele poderá ser pressionado a renunciar devido ao mau desempenho nas eleições.

No tabuleiro político sul-africano, outra dúvida é saber qual partido, ou partidos, o CNA procurará para formar um novo governo. Segundo colocado, com 26% dos votos (resultado parcial), a Aliança Democrática, tradicionalmente associada ao voto da minoria branca, tem perfil de centro-direita liberal. A outra opção são partidos que defendem maior intervencionismo estatal e nacionalismo, o EFF e o MK.

O ex-presidente Jacob Zuma tentou concorrer às eleições pelo MK, após deixar o CNA em dezembro. Em plena campanha, o nome dele acabou sendo vetado pelo Tribunal Constitucional, uma vez que foi condenado a 15 meses de prisão por desacato em 2021.

Quase 28 milhões de sul-africanos estavam aptos a votar nas eleições gerais e puderam escolher entre 70 partidos e 11 candidatos independentes para eleger os 400 membros da Assembleia Nacional (Câmara baixa do Parlamento), que por sua vez escolhem o presidente. Além disso, votaram também para definir os governadores de nove províncias do país.

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