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O governo argentino vai fazer cortes na educação, na saúde e em obras públicas, além de outras pastas, para tentar reduzir o déficit fiscal do país. Mas, ao mesmo tempo, aumentará o investimento em estatais, conforme decisão do Ministério da Economia do país na semana passada.
Estima-se que as 34 empresas estatais concentrem cerca de 90 mil funcionários, o dobro do quadro dos poderes Judiciário e Legislativo juntos. A maior parte do orçamento vai para os salários, conforme balanços feitos ao final do segundo trimestre. De acordo com a análise de Laura Serra, economista do jornal argentino La Nacion, apesar de tanto investimento, a maioria das estatais são subexecutadas.
As empresas públicas estão no olho do furacão porque os prejuízos que geram contribuem para aprofundar o déficit fiscal, problema estrutural argentino, mas seguem ilesas aos cortes do Estado.
Um terço do que foi cortado das principais pastas do governo, como educação e saúde, equivale ao investimento nas estatais de 37.000 milhões de pesos (mais de 1,3 trilhão de reais).
“Recentemente, o Poder Executivo anunciou o congelamento de receitas para o setor público nacional. Mas desde o final de 2020, 135 mil pessoas entraram no Estado. Temos cada vez mais Estado, mas cada vez mais pobreza. É claro que só gastando mais não vamos resolver a situação desses compatriotas”, resume o senador Martín Lousteau (do partido Evolução Radical).