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Pandemia

Na Argentina, proibição de venda de passagens deve quebrar companhias aéreas

Funcionários descarregam caixas contendo insumos médicos vindos da China no Aeroporto de Ezeiza, Buenos Aires, 18 de abril de 2020. A Argentina proibiu a venda de passagens aéreas até setembro (Foto: MARIANO SANDA / Ministério da Comunicação Pública da Província de Buenos Aires / AFP )

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A Argentina anunciou novas medidas de combate ao novo coronavírus e, entre os principais pontos, está a proibição de vendas de passagens aéreas até setembro, o que aumenta a pressão econômica sobre as companhias que atuam no país.

As regras para o isolamento social preventivo e obrigatório estão em vigor desde 20 de março no país. Os voos partindo do território argentino, domésticos e internacionais, já estavam suspensos, mas o acréscimo de 4 meses na proibição, divulgado na segunda-feira, gerou preocupação em um dos setores mais afetados pela crise em todo o mundo.

"Muitas empresas do setor não vão sobreviver se esta resolução for implantada como está previsto", indicou um comunicado conjunto assinado pela Associação Latino-Americana e do Caribe de Transportes Aéreos (Alta), pela Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata) e pelo Conselho Internacional de Aeroportos.

De acordo com as projeções mais recentes da indústria aérea, a crise decorrente da pandemia vai fazer com que as companhias deixem de faturar US$ 18 bilhões (R$ 98 bilhões) apenas na região da América Latina e Caribe. O setor de viagens e turismo representa 10% do PIB da Argentina e é responsável por 9,4% dos empregos formais do país.

Apesar da expansão do prazo de proibição para voos comerciais, o governo argentino fez algumas concessões para reabertura. Uma das medidas mais controvertidas foi a previsão de para sair de casa por uma hora para fins de recreação. A saída deveria, contudo, ocorrer em um raio de até 500 metros da residência. Os governos locais dos principais distritos argentinos, como Buenos Aires, Santa Fé e Córdoba vetaram a adoção da regra afirmando que a medida, em cidades densamente povoadas, poderia trazer consequências graves.

A Argentina é o sexto país da América do Sul com mais vítimas do novo coronavírus, com 178 mortes e 4.003 casos confirmados, segundo a universidade americana Johns Hopkins. No continente, estão a frente dela Brasil, Peru, Equador, Colômbia e Chile.

As consequências econômicas da pandemia para a Argentina desenham-se devastadoras. A agência de qualificação de riscos Moody's divulgou um relatório na segunda-feira no qual afirma que a crise de saúde vai aumentar ainda mais a pressão sob o sistema bancário do país.

"A perspectiva negativa também considera pressões que podem surgir sobre uma reestruturação da dívida externa, potencialmente desordenada, o que prejudicaria ainda mais as condições financeiras dos bancos", apontou o relatório. Desde setembro de 2019, a consultora classifica a perspectiva para o sistema bancário argentino como negativa.

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