Los Angeles (AE/AP) – A execução do hispânico Michael Morales, que estava prevista para a terça-feira, foi cancelada e só poderá ser marcada para daqui a dois meses. O cancelamento se deu, principalmente, pela desistência dos dois anestesistas designados para acompanhar o processo, que negaram sua participação alegando razões de ética médica. Morales é acusado de estuprar, torturar e assassinar uma garota de 17 anos, embora o juiz tenha, posteriormente, se arrependido da sentença por ter, segundo ele, descoberto o depoimento falso de uma testemunha.

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Os anestesistas se defenderam dizendo que "qualquer intervenção médica no procedimento de uma execução vai contra a ética e o juramento de Hipócrates". Uma passagem do juramento diz que o médico deve "aplicar os tratamentos para ajudar os doentes conforme sua habilidade e sua capacidade, e jamais usá-los para causar dano ou malefício."

O procedimento normal é dar ao condenado três doses de químicos: a primeira relaxa o prisioneiro, a segunda paralisa e a terceira faz o coração parar. No caso de Morales, no entanto, o juiz Jeremy Fogel determinou que uma dose de pentotal sódico, um forte barbitúrico anestésico, deveria ser usada antes que uma única dose da combinação mortal fosse aplicada no condenado.

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Os médicos se negaram a cumprir a ordem do juiz Jeremy Fogel do tribunal federal do distrito, que previa a possível intervenção dos anestesistas caso o réu sentisse dor ou recuperasse a consciência durante o processo.

Depois de adiar a execução pela primeira vez, as autoridades penitenciárias anunciaram que a atrasariam por causa da pressão dos advogados de Morales, que entraram com um recurso judicial. O recurso foi negado.

Como a ordem de execução tinha uma vigência de apenas 24 horas, será preciso uma nova ordem judicial, o que vai levar dois meses. Até lá Morales aguardará em sua cela.