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CÚPULA

Na Celac, Dilma vai propor a países latinos diálogo conjunto contra crise

Abertura da 4ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), evento realizado no Equador | JUAN CEVALLOS/AFP
Abertura da 4ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), evento realizado no Equador (Foto: JUAN CEVALLOS/AFP)

A presidente Dilma Rousseff vai usar seu discurso na 4ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Quito, nesta quarta-feira (27) para destacar a necessidade de diálogo entre os 33 países para solucionar problemas como a crise econômica e a desigualdade.

A ideia é, diante de uma maior dificuldade de consenso num grupo tão grande como a Celac, estimular as questões de convergência entre os países e deixar de lado temas em que há divergência de posições, como a crise na Venezuela.

Um dos pontos em comum é a crise que se acentuou entre os países da região, exportadores de commodities, com a queda no crescimento da China.

O governo brasileiro quer, em especial, fazer avançar o diálogo sobre projetos de infraestrutura que promovam a integração regional, como é o caso do corredor Manta-Manaus, que ligará, por hidrovia e rodovia, a cidade brasileira e o porto de Manta, na costa do Equador.

O projeto, inclusive, será um dos principais pontos de discussão na reunião bilateral entre a presidente Dilma e o colega equatoriano, Rafael Correa, na noite desta terça-feira (26), em Quito. Discutido desde 2006, o projeto foi um dos afetados pela crise deflagrada em 2008 com a expulsão, por Correa, da Odebrecht do Equador.

Segundo o Itamaraty, em comparação com o trajeto pelo canal do Panamá, o corredor pelo Equador reduziria em até dez dias a exportação do Brasil à Ásia pelo Pacífico.

Como é de praxe, ao falar no fórum da Celac sobre os desafios do combate à pobreza e da redução da desigualdade na região, Dilma deve mencionar programas brasileiros, como o Bolsa Família, e oferecer uma troca de experiências.

Fontes do governo consultadas dizem ser pouco provável, contudo, que Dilma fale no discurso sobre a instabilidade na Venezuela.

Como a Folha revelou, Caracas pediu uma reunião entre os chanceleres dos dois países para a próxima sexta-feira (29), diante do estranhamento causado no governo de Nicolás Maduro pelas declarações mais duras do Brasil acerca das eleições de dezembro.

Em entrevista ao jornal equatoriano “El Comercio”, publicada no último domingo, a presidente defendeu que o Brasil não se calou em relação à Venezuela, mas respeitou os “princípios básicos de não ingerência e autodeterminação dos povos”.

Segundo ela, o país vizinho passa por “momentos difíceis” e a expectativa do Brasil é de que governo e oposição “mantenham e aperfeiçoem o diálogo e a boa convivência”.

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