Militares norte-coreanos alertaram na sexta-feira que estão preparados para disputar uma fronteira marítima com a Coreia do Sul, no dia em que o presidente dos EUA, Barack Obama, inicia sua primeira visita oficial à Ásia.

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As duas Coreias mantiveram na terça-feira seu primeiro confronto naval em sete anos, na zona marítima disputada na costa oeste da península, resultando em danos a embarcações de ambos os lados, mas aparentemente sem deixar vítimas.

Em mensagem transmitida pela agência estatal de notícias KCNA, os militares norte-coreanos afirmaram que não consideram válida a fronteira naval delimitada unilateralmente por forças da ONU, sob o comando dos EUA, ao final da Guerra da Coreia (1950-1953).

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Nessa mensagem, os militares diziam que "adotarão medidas militares inclementes para defender" o que julgam ser a fronteira correta.

Na véspera, o regime comunista havia dito que a Coreia do Sul "pagará caro" por disparar contra o barco de patrulha norte-coreano, que recuou durante o incidente. Ao longo da última década, houve duas batalhas letais naquela região entre as duas Coreias, que tecnicamente permanecem em guerra.

Em entrevista à agência sul-coreana de notícias Yonhap, Obama disse que os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte representam uma grave ameaça à segurança da Ásia, e que Pyongyang deveria regressar às negociações multilaterais sobre seu desarmamento.

Obama chegou na sexta-feira ao Japão para a visita de nove dias ao continente. Nesta semana, assessores disseram que ele deve despachar em breve seu primeiro enviado especial a Pyongyang, na tentativa de retomar as negociações multilaterais com o regime, que pleiteia um diálogo direto com os EUA.

"Estamos abertos a uma reunião bilateral como parte do processo a seis partes, se isso levar a uma rápida retomada das negociações de desnuclearização", disse Obama à Yonhap.

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A Coreia do Norte abandonou há quase um ano o processo multilateral, que poderia resultar em benefícios políticos e econômicos em troca do seu desarmamento.

"A tentativa de Coreia do Norte de adquirir armas de destruição em massa e os meios para lançá-las é desestabilizadora e representa uma ameaça à paz e à segurança", disse Obama.

Analistas dizem que Washington não teria anunciado a visita do seu representante Stephen Bosworth a Pyongyang se não tivesse garantias de que o regime estaria disposto a retomar as negociações multilaterais.