Cisjordânia (Reuters) Forças israelenses arrastaram manifestantes para fora de dois assentamentos da Cisjordânia, ontem, completando assim a retirada dos colonos de parte dos territórios ocupados. As previsões de uma longa e dura resistência dos ultradireitistas se mostraram erradas na Cisjordânia, como já ocorrera na Faixa de Gaza, onde 8.500 colonos saíram de todas as 21 colônias em menos de uma semana.
A polícia invadiu uma cidadela e sinagogas dos assentamentos de Sanur e Homesh. Os locais haviam sido protegidos por radicais, que receberem os soldados com garrafas, lâmpadas, tinta, molho de tomate, ovos, óleo de cozinha e farinha. Alguns manifestantes foram tirados do telhado de uma sinagoga por uma das escavadeiras que tiveram de passar por barreiras de pneus e lixo em chamas nos portões de Sanur e Homesh.Houve uma rápida confusão em uma casa de Homesh, onde a polícia teve de usar uma escada e pular arames farpados para retirar os manifestantes do telhado. A operação foi declarada completa quando a polícia arrastou à força os últimos colonos, que gritavam e esperneavam, para dentro de um contêiner, que por sua vez foi içado por um guindaste até um ônibus que os aguardava. "Sanur e Homesh estão livres de colonos", declarou então o porta-voz nacional de polícia, Avi Zelba.
Os judeus ultranacionalistas tentaram impor maior resistência no norte da Cisjordânia que em Gaza porque dessa forma pretendiam mostrar que Israel não terá facilidade para eventualmente desocupar o resto da região. O governo israelense já anunciou que, após um eventual acordo de paz, pretende manter parte da Cisjordânia para si. Os palestinos dizem que, sem a Cisjordânia inteira, será inviável formar um Estado ali e na Faixa de Gaza. Sharon também é alvo de críticas da direita religiosa, que a vê a desocupação feita agora como uma "recompensa" aos radicais palestinos e uma traição às reivindicações bíblicas pelas terras.