Insurgentes que lutam para que o presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, assuma o poder, começaram a cercar hoje a maior cidade do país, Abidjã, após tomarem o porto de San Pédro na noite desta quarta e também a capital administrativa do país, Yamoussoukro.
San Pédro, capital do departamento de Bas-Sassandra, fica 200 quilômetros ao oeste de Abidjã. Ouattara prometeu "restabelecer a democracia e confirmar a escolha do povo". O presidente do país, Laurent Gbagbo, recusa-se a deixar o cargo, após ter sido derrotado nas eleições em novembro do ano passado. Pelo menos 462 pessoas já foram mortas e mais de 1 milhão fugiram do país africano em meio à violência pós-eleitoral.
O principal comandante militar de Gbagbo fugiu para a embaixada da África do Sul. Os partidários de Ouattara já controlam alguns bairros de Abidjã, enquanto o exército rebelde está na periferia da cidade, disse um assessor de Ouattara. "Eles entrarão na cidade em vários trechos e bairros, vindos de várias direções", afirmou o assessor.
O chefe de Estado Maior das Forças Armadas, até então leal a Gbagbo, refugiou-se hoje na casa do embaixador da África do Sul em Abidjã. O general Philippe Mangou buscou refúgio na casa do embaixador com sua esposa e cinco filhos, informou o Ministério das Relações Exteriores da África do Sul.
Desde segunda-feira, quando começaram sua ofensiva, os insurgentes já tomaram uma dezena de cidades. Um conselheiro de Gbagbo que vive na Europa, contudo, afirmou hoje que ele não renunciará e resistirá até o fim. "Ele não renunciará após esses ataques. Ele ficará no poder e resistirá ao ataque contra a Costa do Marfim, organizado pela França, Estados Unidos e Nações Unidas", disse. As informações são da Associated Press.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião